31 de ago. de 2011

MENTES CERCADAS

A inoportuna sugestão de se cercarmos uma das mais belas praças urbanas do Norte do Paraná, a Tomi Nakagawa ao longo do antigo eixo ferroviário central de Londrina, senão, uma das mais belas de todo o Estado, pode servir como uma avaliação nada superficial, de como anda nosso atual corpo de vereadores eleitos pelo público de bem, para cuidar do bem público, bem como dos próprios sintomas de uma Sociedade a qual, por definição, é denominada como (hmmm...) "contemporânea".




Nossas Terras Vermelhas, não são mais nenhum exemplo da boa destinação

de seus raros, vitais e bons espaços livres já a bastante tempo, em especial, dos Espaços Públicos, pois basta constatar de como as praças vem sendo sistematicamente destruídas para toda a eternidade em sua essência que

lhe dá origem e caráter como tais, invadidas que estão oficialmente

por projetos pavorosos, sem caráter que não seja o custo de execução, altamente discutíveis, tais como:

i) Na Associação Odontologica do arquiteto Leão Judá(agora, toda envidraçada) e
ii) seu mais novo puxadinho vizinho, uma faculdade tecnológica em foramto de containner
iii) e ainda a expansão do Fórum
iv) a implantação do TRE e mais a
v) sede da OAB ocupando área verde do Sistema Igapó de Lagos

Aassentados no que tínhamos de mais precioso como paisagens e vistas contínuas e, mais recentemente

vi) uma escolinha municipal chinfrim(murada, é claro!) vizinha do Terminal Rodoviário, sem contarmos do
vii) estacionamento privado na antes bucólica praçinha de namorados diante da entrada social do Aeroporto José Richa, mais os grotescos
viii) Postos de combustíveis (!!!) de bandeiras Petrobrás plantados ao longo do eixo ferroviario desativado da Av. Leste Oeste.

Entre vários outros impropérios mentais, todos sempre levados à cabo sem qualquer debate e com muitos achismos, daí, os cenários de destruição atuais, argumnentados sob a rubrica de "necessidades" (...engraçado: quando leio "necessidades", me lembro do confortabilíssimo toilette de minha residencia...) .


Nós, os chamados latinos, passados longos 2.500 anos de história, um povo fundamentalmente multinacional, litorâneo e dados à aberturas, novidades e miscigenação, ainda temos bastante dificuldade (prá não dizermos aboluta ignorância...) em entendermos o Espaço Vazio, aliás, especificação primordial da Arquitetura, que entende o proprio espaço vazio como sendo da Arquitetura.

Ou seja, se algum arquiteto dizer algo como:

 "aqui fica vazio"

Não é por que deixou espaço prá se ocupar algum momento com churrasqueiras, edículas ou quartinhos da bagunça e sim, que o proprio espaço livre é o projeto, daí, a sua qualidade intrínseca.






Vielas por exemplo:

Nossas jóias mais mal-entendidas e mais sub-valorizadas de um desejável o urbanismo pedestre (percebam a população se mexendo aos poucos, frequentando cada vez mais as ruas, ainda que esportivamente), vetores fundamentais de idosos, crianças, ciclistas, animas domesticos, funcionarios domesticos, moradores e caminhantes, passagem ainda de brisas e de perspectivas, recentemente demonizadas como foco de todo mal!

Sendo tratadas como meros descartes fundiários, sobras de terrenos, para que moradores façam mais puxadinhos ridículos, de utilidades miseráveis, ocupando-se, como acontecerá, a totalidade do incompreensivel e "aterrorizante" espaço vazio.


De fato, sejam em datas de 5.00m x 5.00m situadas em favelas e ocupações ou generosos lotes em condomínios ou ruas de bairro, nossas taxas de ocupação construtiva sobre o solo dsiponível se aproximam dos 90%, pois em toda nossa cadeia cultural-social, entendemos a não utilização como perda.


Onde, justamente, há somente ganhos, por onde quer que se analise a questão.





Em 511 anos de ocupação de um vasto território predominantemente tropical,

é assustador -e emblemático- constatar de como ainda não conseguimos

sequer fazer as pazes com nossas próprias Existencias, nos adaptando quer seja

com o clima, com as chuvas, com os cenários da terra, com os relevos e

com a hidrografia, com os percursos solares, com as brisas, com as árvores,

de resto, ocorrencias naturais cíclicas que aqui vem ocorrendo a pelo menos 400 milhões de anos os quais, pelo menos em tese, deveriam nortear de ocupação do solo à arquitetura de casas, do design de bairros e do projeto de cidades inteiras.



Voltando à praça estimada, seria melhor nos debruçarmos dos porquês o

vandalismo opera, de resto, observável em megalópólis como Tokyo,

Detroit ou Paris, aliás, "vãndalos" identificava uma espécie de tribo turística

da pesada, cuja principal caracteristica em "viagens" era invadir, saquear,

queimar e destruir, se apropriando do que outros haviam edificado.



De todos os conceitos que uma comunidade como é o caso de Londrina

pode se valer nas tentativas e providências de se obter uma vida tranquila

e segura, a Vigília Social ainda é a estratégia mais em conta e de maiores resultados.

Porém, agentes públicos devem trabalhar pelo bem-estar desta cidade,
com enfase nos programas sociais, atividades esportivas e de ofícios,

dando ocupaçao, ensino, lazer e refeições e, antes que algum desinformado (iria dizer IMBECIL...) ou amante de clichês vazios e frases feitas acuse a proposta como "Panis et Circensis", é bom contextualizar que Roma, pelo menos, pensava nos seus, enquanto voce mesmo, no hoje, tem acesso a quase de tudo, inclusive, à leitura e discussão neste espaço.



Um bom sistema de modernas cameras e mais a presença física de um

inspetor de quarteirão ou de um guarda-praças, mais o incremento dos

programas sociais, incluindo o próprio usufruto estimulado dos locais públicos,

impede não somente que nos enclausuremos mais e mais em casa, como

evitaremos que uma ocorrencia de rotina vire um problema desproporcional,

dependente de imediatismos, oportunismos e de atitudes provisórias.

A as quais, em um país com a nossa cultura exuberante, não raro, se tornam definitivas.






CHRISTIAN STEAGALL-CONDÉ

arquiteto urbanista - LONDRINA (PR)

10 de ago. de 2011

NADA É TÃO NOVO, NADA É TÃO VELHO

NADA É TÃO NOVO, NADA É TÃO VELHO

Curtíssima metragem dos meus camaradas Mariana Oliveira, Mark Claus , Maikon Mendes e Bruno Sambatti, que fizeram a produção desta curtíssima metragem juntamente com a Vila Cultural Coletivo Alona e com a Kiirk Produções (a produtora independente deles) e enviaram para o Festival Claro de Curtíssima Metragem, ficando entre os semifinalistas.

É um festival nacional e muito reconhecido, e esses camaradas são os únicos paranaenses dentro da  categoria de Cineclubes, Pontos de Cultura e ONGs.