24 de fev. de 2024

Fogos Caramurú ll

Sim, fui protagonista da explosão de um Rojão de 13x1 (Treze Tiros +1 Canhão) bem no alto da minha cabessíena porque o Caramurú contradisse o slogan "Não dão Chabú" e o xaburéu do carálhyo detonou à um palmo todas os 14 bombas praicamente dentro da minha consciencia.

A Múmia Ambulante, ÈLÓSHYKO, foi o centro magnético das atenções galvanizadas por onde passava, no causo, uma Avenida Paulista floodada com umas 25.000 pessoas, sei lá, acho que alguma final de football, com o natural apogeu dos Le Ctoyens foliando alhures quando já em casa, inclui relatos das minhas sofrências neste B.O. também omitindo as partes sórdidas...

... para regozijo discretamente pornográfico de meus 2 irmãos menores, 1 ano cada à partir de mim e com um olhar relativamente blindado de minha Mãe, quem me aconselhou sinteticamente...

... uma vez que ela, mais do que ninguém, conhecia intimamente a erótica afeição piromaníaca de seu Primogênito, manifestada atávicamente desde meus 5 Invernos, quando a lenda familiar registra das façanhas minhas...

... como o apagar de uma boca de fogo de uma leiteira que espumava hidrofóbica -com direito à transportá-la para cima da pia de fórmica vermelha com glitter dourado, entre outros assombros que faria um Imperador como o Sr. Nero Claudius Cæsar Augustus Germanicus parecer um Escoteiro-Lobinho...

... bem como no apagar de um incêndio caseiro como um protobombeiro eficientíssimo, no extinguir das labaredas potentes que já alcançavam o teto de madeira treliçada, uma misteriosa "japona" de nylon azul carburando ruidosa detrás de uma porta de madeira, não me recordo por quais motivos aquela assombração sem corpo, suspendida por um preguinho, poderia ter tido, sei lá, combustão espontânea, de como ela teve.

Não que o fato de que eu portava uma vela acesa em uma das mãos, pudesse existir algum tipo de, digamos, nexo causal com a verdadeira hecatombe, rescaldada que foi por ninguém menos que este destemido que vos habla, en fin...

Humanos no geral e no particular, parecem ter fascínio curioso e horror repugnante por acidentados de quaisquer traumas, talvez -e somente talvez- pelo súbito despertar de como todos nós somos passíveis destas desgraças, me lembro que foi a primeira vez em vida que meus olhos se cruzaram com os olhos do cobrador do ônibus urbano carro N° 74O-V.Romana da Gato Preto, pois estes caras operam em autopilot ...

Agora, isto foi muita falta de sacanagem tua, assim, na frente das visitas, me entregar sim e em público, que o que atrai de verdade a gente é aquele sublime, raro e profundamente satisfatório cheiro de pólvora recém carburada.

Isto tipo quase que vale a perda de dedos ou amputações parciais -só que não- o que me põe em significativo e imediato reconhecimento do mais que épico personagem do ator Robert Duvall, o Lieutenant Colonel Bill Kilgore com o statement mais satisfatoriamente sensual do cinemão de Copolla, identificando o aroma da gasolina rescendendo pelo surfável litoral vietnamita...

... como se exalando por tudo um "cheiro de vitória" em Apocalipse Now de um vindouro 1979 à época.

Omiti os detalhes dantescos mas confesso que ver-me no espelho depois, como se tivesse me maquiado quase como uma Geisha de teatro Kabuki, esbranquiçado que fiquei na porção meridional superior de minha Unidade de Carbono ambulante:

Eu mesmo.
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Fogos Caramurú

 

Enfrentei um acidente pessoal relativamente grave com um Rojão 13x1, aquele com 13 explosões finalizadas 1 Tiro Canhão no final das salvas.

Alguma coisa me conduziu à Av. Paulista naquelas migrações humanas convergentes, não sei de qual hierarquia futebolística, se Mundial ou Nacional ou Várzea Local.

Um tsunami populacional incontável, com direito até mesmo à uma Bateria de Escola de Samba, gentes de todas as classes sócio econômicas, digamos, "confraternizando" com desconhecidos de todos os tipos e fenótipos.

No meio da fuzarca algum folião rasgou uma caixa grande de Fogos Caramurú, os que "Não Dão Xabú" naquelas cores Kitsch com ilustrações idem e populares voaram prá cima dele em busca de seu naco no súbito butim de pólvora seca, ávidos por conquistarem -enfim- um artefato em seu arsenal festivo e agora, armados.

Nem sei como mas um dos Rojões daquela caixa estripada caiu em minhas mãos, eu tinha uns 15 ou 16 anos e naturalmente o empunhei diante de mim, olhando aquele cano de papelão cinza com o evidente pavio saindo na lateral, um verdadeiro canhão temporário descartável com o cabo bem prensado, cuja culatra era nada mais do que uma abraçadeira feita de fio grosso, comprimindo o tubo perto da base, como uma linguiça, num aperto providencial para que a reação à pólvora inflamando fosse ejetada para o lado certo.

Em nanossegundos um fumante qualquer aproximou seu Róliúde do meu pavio e aquela incandescência imediata numa luz azulada, me fez instintivamente erguer meu braço na multidão, abaixar a cabeça e espremer os olhos, aguardando o lançamento das 13 bombas Terra-Ar.

Sem contarmos o 1 Tiro Canhão, finalizador, 25X mais potente.
Estranhamente, o tempo decorrido daquele súbito fulgor não solicitado na ignição imediata e inevitável pós inflamada, parecia ter demorado horas seguidas.

Como bom fogueteiro que era, sabendo manipular a pólvora em vários e sinistros sub artefatos Hand Made, do tipo Implodir Formigueiros ou Ejetar latas de Molho de Tomates Elefante da CICA até a altura de um prédio de 1O andares, senti alguma coisa muito errada naquele rompante de terrorismo urbano.

Infelizmente nasci com um limiar à dor muito, muito acima dos demais, mais afeito aos Felinos do que aos Canídeos, aqueles, são silenciosos em seus traumas triturantes, estes, um beliscão na orelha e fazem um escândalo histérico de bichas-loucas, tamanhos exageros desproporcionais.

Assim sendo e ali estando, não percebi que o artefato bélico-festivo ejetava uma poderosa língua de fogo para baixo do rojão, uma pré-Challenger desqualificada, justamente, saindo pela culatra, no fundo aberto do cabo comprimido, atingindo mão, punho, braço e parte da minha cabeça mais embaixo.

Quando fui processar as dores intensas das queimaduras por flambagem direta com as flâmulas intensas e sibilantes saindo incontroláveis prá baixo, aconteceu a inevitável detonação do 13X1.

Não sabemos muito dos rojões, quando ele explode lá em cima, aproximadamente à 5Om do chão mas quando cada bomba embrulhada como um apertado bombom detona acima de sua própria cabeça, cada explosivo produz seu próprio e intenso flash de luz, ultra aquecido e cegante.

Isto, nos primeiros nanossegundos porque logo em seguida, vem o estrondo épico dos morteiros, seguida de uma súbita expansão e contração violenta do ar, com, ÉLÓSHYKO, um ruído tonitroante e devastador da própria explosão do rojão.
Considere esta sucessão de eventos, que durou 3 segundos, multiplicada por 13 explosões simultâneas e mais o definitivo 1 Tiro Canhão, praticamente todos juntos.

Curiosamente, "Rojão" vem de "rojar" ou "arrojar" ou seja, é de fato um foguete mas minha nave ElonMusk Istáile quis por que quis deflagrar uma detonação ainda na rampa de lançamento.

Depois da bombatômica, o silencio.

É o que testemunharam os sobreviventes de Nagazaki e Hiroshima.

Abri meus olhos e em volta de mim, abriu uma clareira enorme, limpa de humanos que antes eram praticamente iguanas marinhas, sendo difícil entender onde começava o braço de um e terminava a perna do outro numa floodadíssima Avenida Paulista, via dezenas de olhos esbugalhados me mirando no meio da "cratera" e ás vezes, um ou outro descarte no chão, era revirado pela brisa suave daquela tarde.

Os murmúrios foram aumentando como se um DJ girasse o knob do volume e fui cercado por umas 10 pessoas que me apalpavam, me seguravam, me conduziam sei lá prá onde, alguém me fez sorver uma água vertida de uma garrafa plástica, quase engasguei.

Eu sabia que escutava mas eu não ouvia nada à minha volta.

Fui parar sentado numa maca e dois Socorristas, já bem distante da balbúrdia, me inspecionavam, perguntando nome, endereço, idade e em que Dia, Mês e Ano estávamos.

Satisfeitas aquelas estranhas e súbitas curiosidades, percebi que ficaram aliviados, me educaram em algo de que não me lembro mais, com certeza, dados reais daqueles fogos artificiais e me liberaram, enfaixado.

Foi minha última comemoração por algo que, sinceramente, nem havia o que se comemorar e até hoje tenho sinceras e pragmática dúvidas se pude estabelecer o nexo causal devido ao acidente explosivo ou se simplesmente eu já estava no curso de desprezar estes eventos.

Até porque, curiosa e antropológica, eu lá fui e estive, pelas pessoas, até porque, nem me lembro do que era motivado aquele imenso forfait....
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11 de jun. de 2013

O TURISMO NAS CIDADES PEQUENAS

O jornalista diplomado Maurício Reale Nogueira, me entrevista:
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1.       O que deve ser levado em consideração para desenvolver um projeto de turismo e lazer em cidades de pequeno e médio porte?
A primeira das análises, é contratar uma consultoria externa, de profissionais liberais cujas áreas de atuação não sejam necessariamente do turismo, como arquitetos, urbanistas, sociólogos, geógrafos e até mesmo historiadores e biólogos. Isto é necessário, por que, na maioria das vezes, pensa-se com os próprios umbigos, e, se o gestor não puder contar com o seu próprio pessoal de apoio interno, o qual possua alguma visão crítica (ou ao menos que seja um staff viajado, no sentido de ter experimentado outras realidades urbanas, não necessariamente no exterior ), daí, alguém com uma visão de fora do processo, costuma enxergar melhor e detectar mais rapidamente aquilo que os habitantes locais, em muitos casos, estão cegos de tanto verem ou sequer presumam potenciais, ainda que se utilizem da própria intuição.

Apenas para dar um exemplo estatístico, portanto, comum em todo o planeta, cidadãos paulistanos nunca subiram no mirante da Torre Banespa (hoje, Santander) no centro de SP, um belíssimo exemplo da arquitetura do estilo Art Decô e, raríssimos serão os cariocas que já subiram no Pão de Açúcar pelo bondinho, bem como quase nenhum romano já visitou as ruínas do estádio do Coliseu, mesmo morando no mesmo bairro daquela imponente e majestosa atração arquitetônica.


Ou seja, é o olhar de fora, que valoriza o que há dentro.
Também conhecido como "o olhar do estrangeiro". 


Não se pode esquecer que uma boa parte do motor do turismo, trata-se de um componente emocional e, não raro, daquilo que nos falta ou que não temos ou desconhecemos e assim, nos atrai.
Há também o componente do deslumbramento (no sentido de se iluminar) e do nôvo: Supondo que voce tenha renda para ir à Grécia, visitar apenas duas cidades, digamos Tessalônica e Paleofarsalis, distantes uma da outra. Oras, se alguém lhe alertar previamente que ambas se parecem muito, com toda a certeza, você eliminaria um dos dois destinos, substituindo-o por outro, como por exemplo, Atenas.


No mais, o turismo é um comportamento natural humano, que sofreu modificações muito sutis e está profundamente enraizado em de como nossos copos funcionam. Fundamentalmente, designado para percorrer distancias terrestres monumentais, mesmo que, no hoje em dia a maioria de nós nos restringimos bastante, via civilização, mas o ímpeto interior, atávico, não arrefece tão facilmente e costuma nos impelir adiante, até mesmo na Terceira Idade. Costumo enfatizar que somos ambulantes, por design e, quando negamos isto, começam nossos problemas físicos, que, claro, afetarão as mentes.


E, especificamente no que fazer, para termos um vetor turístico, com certeza, fazermos a lição de casa: Ruas impecavelmente limpas e varridas, asfaltamento liso e duradouro, molêdos revisados nas áreas rurais e sinalização adequada, sem contarmos iluminação e incentivos municipais variados, tendo em vista a paisagem e os cenários cotidianos, sejam urbanos ou vicinais, sem esquecermos dos treinamentos da própria população local, no atendimento e recepção de visitantes ocasionais, sejam frentistas de postos de gasolina, guardas, garçons ou jornaleiros e garis, bem como a elite local, convidando-os à refletirem sobre suas opções, afinal, a maioria de nós viveremos as nossas vidas no mesmo local, por quase a vida inteira, então, por que não nos dedicarmos á isto?

2.       É possível aproveitar áreas de preservação ambiental para projetos turísticos?

Quando se fala em "preservação ambiental", é bom termos sempre em mente que a maioria das pessoas não tem a menor das noções ou possuem a mínima das ideias realistas, do que o termo se trata.
Assim como a tal de "qualidade de vida", ambos os termos muito elegantes, mas frequentemente mal empregados, com muita veemência, especialmente, pela nossa classe política.


Quando falamos de "preservação ambiental", pensa-se majoritariamente em áreas verdes ou proteção às árvores ou animais, em aguns raros  casos, até de uma bacia hidrográfica (rios e lagos).
Mas o próprio termo "preservação ambiental", agindo como tal, costuma restringir ou em alguns casos, impedir a visitação humana, principalmente, por que ainda estamos em uma fase de turismo que pode ser considerada predatória, de baixo respeito aos espaço comuns.


Vilha Velha no PR, sofreu décadas com turistas que "só pegavam uma pedrinha do chão", como souvenir e, esta verdadeira "erosão humana", com milhares de visitantes ao ano, quase fez o parque estadual virar pó.

Preservação ambiental, para ser o que o termo anuncia, implica em também propiciarmos um habitat seguro para cobras, escorpiões, morcegos, abutres e insetos, animais magníficos e necessários, mas, se numa hipótese remota, deixarmos que o grosso das pessoas opinem, nós só teriamos animais como poodles dóceis, gatinhos fofos, canarinhos cantantes e carneirinhos macios.

Sussuaranas, por exemplo, magnificos felinos encontráveis nas Três Américas, hoje é uma raridade, por causa da fragmentação da Mata Atlântica. E pecuaristas, por pensarem apenas em seus bolsos e pastagens nuas, costumam ser os vizinhos imediatos destas raríssimas areas naturais remanescentes, então, temos muito o que avançarmos, ainda.


O turismo, deve ser gerido de tal modo que ele se enamore da Mãe Natureza, de modo harmonioso. 


Campos de caça controlada, por exemplo, com animais chipados, seria uma opção viável e em meu ponto-de-vista, coerente com a espécie que somos. Matamos 150 milhões de porcos, bois, galinhas e peixes todos os dias, para nos alimentarmos, por que não faisões, cervos e assemelhados?

3.       Cite projetos que deram certo em cidades pequenas ou médias.

A grande maioria dos projetos brasileiros que poderíamos considerar "turísticos", nasceram de forma espontânea, devido à uma vocação regional pré-existente, um acordo produtivo local intuitivo ou devido ao voluntarismo de um determinado grupo mais ou menos organizados de atores sociais, com áreas de interesse comuns.


Não quero citar aqui projetos desconhecidos, mas vou reforçar três deles que conheço de muito perto, onde o ponto em comum, é a sua potencial atração turística anual:


Um deles, ocorre no norte de SP, na cidade de Barretos (112.000 habitantes). O que hoje é um evento de grande porte com patrocinadores de peso, e visitantes internacionais, começou numa republica de estudantes de agronomia, que se reuniram para organizar um pequeno rodeio num final de semana, combatendo a monotonia de uma cidade pequena.


O segundo projeto, fica em Rolãndia (57.000 habitantes), belíssima cidade do norte do Paraná, que leva o nome do personagem histórico "Roland", um nobre guerreiro medieval da então Germãnia. Sua Oktoberfest está agendada no calendário de eventos do Estado e começou com uma pequena quermesse.


Por último, temos em Londrina (515.000 habitantes), a Festa Metamorfose, um evento à fantasia o qual começou numa republica de estudantes sem dinheiro a qual, não por acaso, eu estava em sua primeira edição, acompanhando sua "evolução", até ter se tornado um evento privado de médio porte, que atrai pessoas até de países vizinhos do Brasil e chega a lotar as dependências sem uso frequente de um parque como é o da Sociedade Rural do Paraná, onde já é realizado, com sucesso, a Exposição Anual, no mês de abril, atraindo publico de todas as faixas etárias e classes sociais.

4.       Você não conhece muito bem Santo Antonio da Platina, mas o que poderia ser feito nas áreas de turismo e lazer?

O Morro do Bim, é uma espetacular formação geológica, bastante antiga, de pequeno porte, oriundo da intensa atividade vulcãnica dessa parte do estado, cuja rápida urbanização de seu entorno imediato, o ameaça constantemente por todos os flancos. Convertê-lo em área de preservação urbana, lhe daria caráter e valorizaria o que já existe, o mar de antenas de transmissão, como ícones eletrônicos cointemporâneos, incluído, os quais poderiam, como exemplo atual, faiscarem como faróis costeiros modernos, com flashes aeronauticos sincronizados, à guisa de exemplo do que se promover.


A ex-Estação Ferroviária da Platina, com seu entorno imediato e mais o conjunto arquitetônico construido pela R.V.P.S.C., é um núcleo histórico importante, é a matriz da cidade. É belíssimo, único e merecia atenção também do próprio Estado, bem como organizarmos a existência de um trem turistico sazonal, por exemplo, de circulação restrita durante os invernos, nas férias escolares de Julho, sendo possivel, movido à lenha, com tração à vapor.
Contudo, vendo o que aconteceu com a clássica estação construida toda em madeira, da vizinha Joaquim Távora, devastada que foi por um incêndio iniciado por um moleque, temos que ter noção de cuidarmos primeiro do que já temos, antes de criarmos "velhas novidades".
Poderíamos ter rotas rurais para o ciclismo de aventura, com estações de apoio em fazendas ou fundos-de-vale ou até mesmo, roteiros elaborados por tração animal, como cavalos por exemplo.


Sobre o turismo religioso, em geral, eu jamais o verei com bons olhos pois, por principio, acaba sendo excludente e atende somente aos adeptos da seita que o promove. Num país de população plural, com liberdades de pensamento, e sendo e Estado laico, usar dinheiro publico para uma igreja é, prá dizermos o minimo aqui, um crime social e de pré-conceitos estabelecidos.
No mais, temos todos que ter sempre na mente, a máxima que o próprio mercado nos ensina: 


Evento grande, capitaliza,
evento pequeno, fideliza.
Ou seja, a escala é -e será- determinante.


Como em tudo nesta vida, temos que fazer escolhas e, até podemos e temos o pleno direito em pensarmos grande, mas eu canalizaria isto no sentido de um projeto completo, após análise cuidadosa dos potenciais locais e/ou regionais, para somente depois disto, agirmos.
A incubação de qualquer iniciativa turística, é bom alertar, demanda tempo, testes reais, projetos-piloto iniciais, analise de similares e avaliação dos resultados.


Só daí, pode-se implantá-la, inclusive, com dinheiro público, pois é rubrica a qual, ao menos em tese, beneficiaria indiretamente toda uma população.
Só que, sem verba, o mundo das idéias não se materializa e, desde que o mundo é mundo, este é movimentado, primeiramente, pelas próprias ideias.
Ao contrario do que as pessoas comuns pensam, são as ideias que movimentam o mundo, e não os recursos. O que temos de verba parada no Brasil, aguardando boas idéias, daria para fundarmos um novo país, mas ninguém vai meter as mãos nos bolsos, sem consistência e, principalmente, sem uma boa ideia, não importa a área de atuação humana.


Em pleno inicio de Século XXI, estamos ingressando na Era dos Conteúdos Profundos, dos Roteiros Elaborados e dos Projetos Completos e, com estes, é como conseguiremos planejar melhor, implementar direito e manutender com eficiência, deixando o estado ocupado como o regulador e, sendo o caso, financiador destas relações de mercado, levando em conta que o planeta, a cada século que passa,  possui recursos finitos e não teremos como importar de outros lugares nada de valor, especialmente, águas potáveis e ares respiráveis.


Christian Steagall Condé, para o jornalista Maurício Reale Nogueira, da Tribuna de S.A.P.

29 de mai. de 2013

A jornalista Cristina Aline Schlosser, me entrevista

Qual o título da palestra aos alunos da UNIPAR CASCAVEL?
A DESCONSTRUÇÂO DO DESIGN

Quais foram os principais tópicos abordados ?
As grandiosas e impactantes mudanças sociais, iniciadas nos Anos 6O, que ficaram mais conhecidas como a "Revolução dos Costumes".

Elas aconteceram. NÂO por que uma geração queria re-evolucionar (no sentido de evoluir mais uma vez), mas por que todas as famíias, já naquela ocasião, eram outras, distintas da geração anterior, de um modo inegociável, propício, portanto, à uma grande ruptura.

E nunca é o mundo, quem muda. O que denominamos de "mundo", é apenas um ente abstrato, uma linguagem figurada, que inventamos apenas para tentarmos organizar escala planetária e, assim, "fingirmos que entendemos" um todo, um "algo" bem maior, do que nossas medidas, as quais, pelas rotinas, são de pequena escala, diriamos, "locais".

Quem muda o mundo, na realidade, são as próprias pessoas do mundo.

E às vezes, mudanças ocorrem de forma isolada, porém, simultãnea.


Tão logo mais e mais pessoas percebem um "modo melhor" de vida existencial, em alguns casos, aderimos às novidades, quase sem percebermos.
Entretanto, isto, do "nôvo",  é o próprio mecanismo da Evolução: É uma Lei da Natureza. 

Infelizmente, o Marketing e a Publicidade, entre outras "ciencias modernas", estudam profundamente esses mecanismos -com os quais já nascemos com eles-  e, muito subrepticiamente, nos manipulam estética e emocionalmente, de forma constante para nos fetichizar.

Os únicos intuitos do Marketing e da Publicidade? Fácil: O de nos transformar em meros consumidores, seja de produtos, alimentos industrializados ou serviços, não raro, itens que viveriamos toda um existencia, sem precisarmos deles. 

Se pensar que já fomos "Nômades" em 99% de nossas existências na Terra.
No 1% restante, experimentamos a vida como Súditos.
E depois, com o advento da Democracia, a condição de Cidadãos.
Hoje, em que nos tronamos? Consumidores. Em alguns casos, "Colaboradores".


Assim, abandonar esse "encargo" ( o de Cidadãos), para prossegurimos adiante, mas agora, na qualidade de "Consumidores", é um desastre, literalmente, "ambiental",  de proporções cósmicas. 


É fazermos nada, com o tudo que herdamos das mais diversificadas Civilizações.

Vou me utilizar de uma experiência pessoal, aqui:
Eu não tenho mais telefine celular, desde a "minha" gravidez, lá se vão cinco anos.
E em que esta decisão, aparentemente sem-sentido, teria arrasado a minha vida?
Em nada.
Ela apenas mudou, e o mais legal de tudo: Mudou para bem melhor.
Nestes quase 1.500 dias passados, eu continuo sendo convidado, achado, contatado, advertido, elogiado, parabenizado, despedido, contratado, xingado (amigos ligando), amado, exatamente como acontecia, de quanto eu tinha um celular..
Porém, estou vivendo uma rica experiencia, sem planos de telefonia, sem equipamentos novos, sem 0800, sem contas à pagar., sem cargas em baterias, sem atualziações, sem tecladinhos
E, é óbvio, com mais dinheiro no bolso, que pode ser canalizado para algo bem mais legal.

E tem um outro aspecto interssante, mas que poucos evaluam: Sem um fone celular, voce "se torna" muito mais educado, bem mais observador, fica mais sintetico e encara as coisas com mais objetividade. 


No que eu observo, a grande maioria das ligações que fazemos, se não são completamente inúteis, podem ser substituidas por outras estratégias de comunicação. Chegamos na Lua, com um computador de bordo que era uns 2% da potencia de qualquer celular. 

No hoje, não vamos sequer aos toillette, sem portarmos um destes nas mãos.
Ligamos para quem amamos prá dizer isto, poupando de dizermos quando ao vivo.
Nos ocupamos miseravelmente com tudo, para obtermos, rigorosamente, nada. 

E a grande bobagem da vez, agora, é esse tal do GPS...

Nossos cérebros são imensos, alias, são cofres fortes com o o inventariado da Humanidade, desde que nos percebemos como os mais adaptados. GPS é bom, mas só se voce é alguem que depende logistica urbana, e esse não é o caso de nenhum motorista de carro de passeio que conheça.

Agora, "consumidores", todos nós somos. Entretanto, consumir conscientemente, é para poucos, pois requer estudo, percepção, senso crítico e uma observação
atenta às multiplas realidades que nos cercam, todos os dias, o tempo todo,
pois só temos uma única vida. Seu momento, é o hoje, o que voce faz, agora.

Qual o objetivo desta tua discussão?
Especialmente, promover o renascimento da crítica.  Na nossa língua, essa é uma palavra feia, quase um palavrão. Por exemplo, "cri-cri", que não poucas pessoas se utilizam em suas falas, é um apelido de alerta para identificarmos "alguem que reclama com as coisas".

A palavra hifenizada, ela mesma, uma crítica,  é um resumo da própria palavra "crítica", com a primeira sílaba, que é tônica ("crí"), repetida duas vezes.

Entretanto, as origens gregas da palavra crítica, remontam à um tipo de re-conhecimento previo, ou seja, é uma fala de algo, dito por alguem, o qual conhece bem desse algo que está sendo falado.
 
Opinião, todos temos uma, seja do clima ou de uma aparência ou de aspectos.
Depois da opinião, vem o argumento, que é um tipo de fala que é mais profunda, pois exige reflexão para sua popria emissão.
No topo do pensamento humano, reside a crítica, e esta, está em falta. Quase me atreveria em inferir que se trata do propósito de muitos de nossos, digamos assim, "gestôres".
Basta observarmos as TVs, os jornais, as arquiteturas, os costumes, as músicas, a falsa religiosidade inundante... 


Sem termos critica, desandamos sem rumo e dissolvemos todo os conteudos.
As coisas ficam todas em um mesmo plano, e isso, em se tratando da Vida, é impossivel. Sem a crítica, nos tornamos rasos demais, binários demais, previsíveis demais ou seja:
Nos tornamos tudo ,do exatamente de como um Ser Humano não o é.

Outras tres, das varias formas de pensarmos e exprimirmos, é a divagação, a associação de idéias e o nada. O nada, é mais dificil, pois somos latinos, e latinos são "over" em tudo. 

Veja com atenção os lotes urbanos: Não importa se é uma favela ou mansão, nós brasileiros ocupamos 80%, 90% do espaço livre disponivel, construindo. Fazemos isto, pois não toleramos o "vazio"

Entendemos um espaço não ocupado, como "perda" e, daí assim, perderemos de fato qualidades formidáveis, seja nas vistas, nas continuidades da pasiagem, na percepção do ambiente, nas brisas, no potencial humano, na insolação.
Na visão das estrelas, da Lua (alias, nos fomos lá, por que ela estava lá) dos percursos solares, do jato que passa cintilando alto no céu noturno, nas chuvas...
Coisas simples, existenciais,  das quais, para a maoria, "quando eu ficar rico", e, em ficando, tentarão recuperar quase em desespero.
Mas na média, ainda que re-mediado, continuaremos os mesmos!

Qual a importância do contato mais específico com esse tema, para os futuros profissionais da Moda?
A moda não mais existe , de como a conheciamos tem 20 anos.
As origens dessa palavra, está em "molde", que é algo mole, que se
ajusta às necessidades  uma forma, de algo pré-existente, uma "fôrma".
Quando dizemos "moda", é dizer "da forma de", ou "do modo de".


Os primeiro hominídeos que cobriram seus corpos, nas várias Eras do Gelo pelas quais já enfrentamos, em primeiro lugar, estavam propiciando uma "arquitetura de vestir".
Ou seja era um abrigo, só que portátil. 

Ainda hoje em dia, fala-se muito no tal de "Homem das
Cavernas". Pois bem, aqui vão as novidades: Ele é só um mito que mora em livros escolares. Ele nunca existiu, realmente e por isto, eles não são os nossos Ascendentes. 

Cavernas, rarissimas, alias, eram abrigos temporarios, como se fosse uma espécie de um pic-nic prolongado ou um acampamento estratégico.
Note que o nosso design, é claramente orientado ao ato exploratorio: Podemos caminhar de Cascavel á Foz, à pé, sem muitos danos decorrentes, pelo contrário! Enxergamos muito bem em dia claro, quase 40km adiante, podemos tomar chuvas e vento, nossos olhos se adaptam ao escuro e somos bastante resistentes, quando em grupo.


Se realmente fossemos todos descendentes dos tais "homens das cavernas", nunca,
em momento algum de nossas evoluções neste planeta, usariamos roupas ou projetariamos nossas arquiteturas. 


Nem música criariamos, muito menos a fala, a qual, somada com nossa habilidade manual, nos permitiu ferramental de uso e desenvolvemos a habilidade do desenho.
Esses desnhos, combinamos como signos, as nossas primeiras letras identificáveis..
Sedentarismo, como é no caso do Homem das Cavernas, é algo que exportamos para o Passado, à revelía destes nossos valentes ancestrais.


Eles não paravam quietos, pois, se assim nao o fossem, a Mamâe Natureza os aniquilava, rapidamente, bastando apenas uma estiagem mais prolongada ou severa.

Somos descendentes de andarilhos. De Nõmades. A especialização de nossas habilidades, multiplicou por cada novo individuo nascido, e assim, criamos civilização. E a moda, no meio.

Entretanto, para 2013, houve uma ruptura, um retorno ás origens: Antes, o entendimento geral apenas as "maisons" (não por acaso, as griffes se denominam "casas", o que dá à entender um isolamento das realidades cotidianas) produzem de cima para baixo.  Até inventamos o termo "alta costura", prá dizermos de um lugar.

Mas, o que observamos, é que as ruas é que ditam o grosso das necessidades.
Seria uma Baixa Costura?
Eu infiro que, com essa quantidade formidavel de mentes privilegiadas, pensando e fazendo a "Moda", ficarei feliz com o dia em que teremos uma nova classe de Alfaiates, produzindo roupas pernsonalizdas, para uma única pessoa.


Como, aliás, já é o caso de varias pessoas, incluindo eu mesmo: 3O% de meu guarda-roupas, é de peças costuradas à mão, em trajes elaborados levando em conta o design especifico do meu corpo atual.
É um estoque de roupas apropriadas às minhas necessidades profissionais, familiares, esteticas, existenciais e, claro, históricas. 


Somos seres memoriais, todos nós. 


E, Dinheiro, que dizem ser o Tempo (só que não...) é mais como uma energia, é um recurso, escasso e raro. Mas que tem que circular.

Então, com a concentração, pode-se, sim,  amealhar fortunas, mas é nítido que são poucos aqueles que conseguem viver bem. talvez, esquecem de suas memórias, implantando outras.

Aparentemente, alguns de nós não possuimos a capacidade de avaliarmos as escalas e as proporções das coisas, e,  a nossa "natureza", pode achar que temos pouco, mesmo tendo muito. 

É aqui nesse momento, que o marketing pode e vai- nos seduzir, em direção, por exemplo, ao que não somos, nem precisamos ter, exibir, guardar ou possuirmos

A moda, por focar em pessoas no final, deve ser, portanto, um ente responsável.

Ele deve focar na busca de um mundo mais equilibrado, pois só temos essa única "maison" para existirmos, porém, a quantidade de pessoas dentro dela, só aumenta.
Estamos nos rumos certos, nas nossas aspirações existenciais?


Ou a vida só serve como vida, se for só para ganharmos dinheiro?

E a arte, onde fica em tudo isto? 

Deixaremos que os europeus, os orientais e os norte-americanos, que realmente a valorizam e investem pesado em seus artistas e criadores, cuidem e floresçam com elas?

A realidade brasileira, no campo do estético, é que este país é hostil não somente às Artes, mas também aos Artistas e aos seus Criadores. 

Somos, agora, a 6a. Economia do Planeta Terra. SEXTA!
E, para o que?
Para vendermos carros que serão sucatas em 10 anos, alimentos naturais e commodities?
 

Em 20 anos, seremos um paradoxo: Riquissimos materiais, mas com uma pobreza existencial de proporções continentais.

Por sorte, ainda estamos com tempo, para revertermos esse cenario pobre, raso e previsivel.

Seja escolhendo atuar menos como Consumidores, e mais, enquanto Cidadãos.

Seja desarmando a armadilha, da qual nós mesmos deixamos que nos peguem.

É apenas uma questão de escolha.

Alias, como em tudo, na vida.

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16 de dez. de 2012

Voce já foi à Brasilia? ENTÃO, VÁ!

Tomando emprestado o convite de Dorival Caymmy e substituindo Bahia por Brasilia, nossa Capital Federal, é a um só tempo emblema e vontade e desejo. 

Emblema, por que com o seu urbanismo de esplanada, no lúcido projeto de Lúcio Costa, mostrou ao mundo todo de como uma nação jovem arrumaria os seus passos, dalí em diante. 


Vontade, por que, no meio do nada e longe de tudo até então conhecido, erigimos um cenário estupefasciente, incrustrado no coração do Cerrado, algo somente possivel em países jovens ou até mesmo quem sabe, à caminho do ajuizamento. 


Visitar Brasilia, é algo impossível de se descrever em palavras modestas. 


A escala é pretensamente absurda, impressionante, aeroportuária, afeita à Dirígiveis Alemães e Seres Gigantescos. 


Nós, os Humanos para quem essa Maravilha do Mundo Mmoderno foi erigida, tornamos-nos meros elétrons em trãnsito, indo de "A" à "B", da forma mais rápida e linear possivel, extamente como num Sistema Circulatório. 


Temos que trocar a régua do metro, pela barra do quilometro. As quadras e as quatro esquinas daquelas decorrentes, nas quais todos nos fomos moldados, inexistem e cedo, ainda pelas manhazinhas secas, temos de educar nossa visão, tamanha é a invasão do céu, dentro de nossas cabeças, sempre presente e massivo e límpido, não importa por qual das Asas, a Norte ou a Sul,  estejamos pousados...

Para povoar o imenso vazio, Oscar Niemeyer, diletante do arquiteto franco-suíço Jeanneret (dito "Le Corbusier"), era o homem da vez.   JK, o presidente mineiro (que dá nome em uma de nossas avenidas cá na "Filha de Londres"), encontrou no desenhista de sonhos a sua maquina operacional particular, para o ambicioso plano de mudança pública.


Entretanto, passados bons 52 anos da experiencia urbanistica, algumas questões começam a ficar, digamos assim, interessantes de se discutir.  Primeiramente, é indiscutível que a Arquitetura é, foi e será a única configuração humana possível, onde reunimos todo um saber, recursos abundantes (em especial, o financeiro) técnicas consgaradas via experimentação, somados à um um espírito de seu tempo, para marcarmos nossas presenças em um mundo o qual, no ciclo de vida humana, se tornará, mais dia, menosdia, imaterial, como ocorre, aliás, para todos nós. 

Assim, é ela quem atendeu aos anseios de poder e recursos da mais espetacular das civilizações, o Egito dos Faraós, para ficar num único exemplo histórico, entre dezenas de outros, o mais recente, e com o mesmo viés atávico, o ex-porto anônimo de comerciantes de pérolas, Dubai. 


Falando em exemplos e fazendo aqui com o leitor um teste simples, se eu citar três capitais tais como:


PARIS,
LONDRES

NOVA IORQUE

... não raro, logo vem à mente da esmagadora maioria

a Torre Eiffel (projeto do arquiteto Sauvestre), 

o Edifíco do Parlamento (projeto do arquiteto Barry


e, muito provavelmente, lembraremos de Arranhas-Céus, com centenas de arquitetos como autores delas. 


E o Brasil? Qual é mesmo a nossa cara ? 



Dificil dizer, pois nos vêem, muito mais do que nós nos vemos. 



Em termos de escala, o escritório do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, contabiliza mais de 5OO projetos. Só para termos uma idéia de comparação, o escritório do consagrado arquiteto londrino Norman Foster, mal passa da metade da cifra. Um aspecto importante, entretanto, ninguém poderá se furtar: Oscar Niemeyer representou um Brasil mundo afora, qual um embaixador credenciado, onde nem mesmo governos inteiros, por meio século de oportunidades desperdiçadas, conseguiram laborar, no sentido de uma "imagem" para o nosso Brasil. 



Só prá constar, até o café, para países como os Estados Unidos, o bom mesmo é o da Colômbia, e qualquer bom bebedor sabe que por lá, o marketing funciona melhor, como funcionou para nosso latino vizinho de fronteira e aqui ficamos na borra, até nisso... 



Assim, o que exatamente esta arquitetura do nosso Grande Mestre representa? Quando nos bancos da escola, o carioca mal é mencionado, alías, Lucio Costa, o urbanista, é bem mais estudado. Entre não poucos mestres que tive, ele é tido por "arquiteto chapa-branca", alguns autores o consideram um escultor fabuloso, e outros, simples assim, ignoram solenemente suas obras.  


O fato, é que Niemeyer não concebeu "a" arquitetura, e sim, uma, entre tantas infinitas possibilidades materializadas do pensamento, quando juntamos água, areia, pedra, ferro, cimento e vidro e idéias. 
 
Para alguns dos meus clientes da arquitetura (não atuo exclusivamente no ofício, diga-se), costumo dizer que "uma casa feia, custa o mesmo que uma casa bonita", no sentido de que, em termos de matérias primas fundamentais, mansão ou favela se servirão das mesmas.
E ao final destas contas no balcão do depósito de materiais de construção, se passarmos a régua, esta tal de Arquitetura Modernista, ela é feia ou é bonita ? 


À luz do que temos nesse início de Século XXI, promissor em todos os sentidos, a fórmula utilizada pelo arquiteto centenário, não tem mais razão de ser e, bem colocado, das dezenas de vertentes do Modernismo, ela nem é a majoritária, muito pelo contrário. 


Apenas se consideramos o viés ambiental e ecológico, suas obras são algo bastante aproximado de uma hecatombe nuclear, um tiranossauro devorador de recursos, inclusive de longo prazo, tamanhas as necessidades adicionais para mantermos conforto térmico e acústico, dentro de suas edificações, pois carregam em seu DNA, tempos que não mais os viveremos, em especial, dos Milagres Economicos e outros rompantes políticos. 


Como usuário, um ambiente como o Memorial da América Latina, das quase 2OX que lá estive, sempre tive ganas de eu mesmo abreviar a vida do Grande Mestre, com mínhas próprias mãos nuas. Entretanto, visitar o Prque Temático Alusivo ao Concreto nos baixios pelanemente drenados da Barra Funda, vale pela experiencia sensorial de sabermos de como um deserto opera, de como a solidão é possível no meia da Floresta Urbana e, falando em árvores, de como podemos simplesemente igonrá-las para todo o sempre, ainda que descendamos EXCLUSIVAMENTE DAS ÁRVORES, por simbiose pérfeita, justo elas, que nos trouxeram até aqui., lá se vão 3OO.OOO.OOO mihões de anos con/vivendo com essa formidável espécie.

Agora, no hoje, o fato de termos herdado este espetacular e frio parque temático, com ícones que transcenderão familias, governos e estilos, não nos eximirá em descuidarmos de tão assombroso patrimônio jamais construído, incluindo cidades inteiras.


Até mesmo, para que gerações futuras possam nos olhar de lá adiante, e, quem sabe, perceberem o que é que um país, com emblemas, vontades, e desejos, foi capaz de conceber em conjunto com seus desígnios mais fundamentalizantes.

Foi o Espírito de uma Época. 


Mas já foi.

CHRISTIAN STEAGALL-CONDÉ,
arquiteto

19 de jul. de 2012

BLADE RUNNER: 3O ANOS!

1982.

Enquanto a humanidade invadia como tsunamis as salas de cinema do mundo, eu me encontrava do outro lado da Lua.

Não.

Não estava deprimido, nem nada disto.

Acontece que, ficção por ficção, achei melhor assistir à "BLADE RUNNER", que no Brasil (SÓ NO BRASIL...) recebeu o sobrenome de "CAÇADOR DE ANDRÓIDES", entregando a rapadura, como sempre.

E, como sempre, assim tratando o público quais mongolóides incapazes de obter conhecimento visual e intelectual, dentro dos salões escuros.

30 anos!

O impacto foi tão absurdamente tremendo, que foi como ter sido atropelado por um Trem de Carga desgovernado.

Está bem, não é muito diferente do que sinto pelo Ser Feminino ( amo-as de um modo devastador! )...

... mas "aquilo" se tratava de um FILME.

UM F-I-L-M-E !

Tempos depois, soube que o britãnico Ridley Scott ( já havia feito o BRUTAL "Alien" e décadas depois, faria o ESTUPENDO "Gladiator", entre outros assombros) lera a obra de filosófico título do escritor norte-americano Phillip K. Dick.

 "Do Android Dream Of Electric Sheep" ?
("Os androides sonham com ovelhas elétricas?", literalmente)

Decidindo, então, transpor para a telona.

Não importa por onde voce queira elogiar:

Dos parcos milissegundos iniciais...

... uma córnea humana com o reflexo de biodigestores em chamas gigantescas, expelindo luz nos topos do arranha-céus de uma megalópole envolta em uma chuva eterna ...

... a narrativa em "off" do personagem-tema (perfeita: a insere numa linguagem de HQ suprema, ainda que suprimida depois, na versão Uncutted do Diretor) ...

... os Replicantes com suas memórias confusas, em busca de, SIM, seus Criadores Supremos (nós mesmos, criando Deus?)...

... a Trilha Sonora de um VANGELIS, em sua melhor forma ...

... as Questões Existenciais irrespondidas ...

... o Romance Devastador, ...

... as mortes anunciadas via Assassinatos Oficiais (Deckard é um policial!)...

...  a Caça virando Presa  e ...

... como convém em narrativas épicas...

... a finalização aterrorizatemente poética, de um ser humano pré-crucificado ...

... uma Pomba da Paz (em Espírito) e Cravos fincados nas Mãos, inclusos ...

... de um homem brutalmente perseguido, que queria apenas conhecer o seu Pai Eterno...

A Dúvida, como parcela fundamental de nossas Meras Existencias. 



"I've seen things you people wouldn't believe. 

Attack ships on fire off the shoulder of Orion. 

I've watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser Gate. 

All those moments will be lost in time, 

like tears in rain. 

Time to die".

...



(₢ 2O12 Christian Steagall-Condé)


13 de jul. de 2012

SERCOMTEL: Logomarca nova, mas muito (MUITO!) ruim...


Na verdade, prá ser mesmo considerada "ruim", ainda faltam umas duas faculdades.

Não se trata exatamente de uma logomarca, pois marca mesmo, a autarquia-telecom SERCOMTEL de Londrina, nunca teve, desde sua (a)fundação.

Alguém lá trás, tempos idos, simplesmente digitou o nome fantasia em Arial Negrito Itálico, possivelmente, numa imagesetter dos tempos do lay-out feito com cola em bastão pritt.

E é com estes achismos, de um caipirismo deplorável, que se destrói um patrimônio publico carissimo, construido com suor contínuo e trabalho pesado de muita gente séria.

Uma burrice gráfica pedante, sem sentido,
mais um desenhinho fofinho e alegrinho,
travestido de "estratégia de marketing".

O nada, nem coisa alguma, como convém à uma empresa experimentando pela enésima vez, os seus mais profundos estertores existenciais...

E as malditas ELIPSES (ARGH!); o vírus gráfico que destruiu umas 10.000 pseudo novas marcas no mundo, em virada de século, ainda vigindo!.

Espero que com este mais novo e hediondo equívoco, a casa seja, enfim, vendida.

Para, ENFIM, estancarmos o infindável e promíscuo festival de besteiras sucessivas que assolam as Terras Vermelhas, evitando que progridamos, como aliás estava inscrito em nosso DNA orginal, mas a antes eficiente autarquia esqueceu-se de.

Meus sinceros -e quase divertidos- pêsames, Estêrcomtel...
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2 de abr. de 2012

CURTA LONDRINENSE INDICADO EM FESTIVAL

Um curta-metragem de alunos do curso de Artes Visuais da Unopar foi selecionado para participar do Sercine – Festival Sergipe de Audiovisual, que acontece em Aracaju de 7 a 12 de maio.

O filme “Re Fluxo”, dirigido por Luis Eduardo Kreling Vanzella e Brenda dos Reis Brene, alunos do professor Anderson Craveiro na disciplina Linguagem e Expressão em Cinema e Video, vai participar de uma das competitivas, a Mostra Nacional Universitária.

Foram selecionados 14 curtas, avaliados por critérios como diversidade de temas, linguagens e qualidade do material.

Além do trabalho dos alunos da Unopar, único representante do Paraná, estão incluídos na Mostra curtas produzidos na USP, FAAP, Federal de Pernambuco e UFRJ, entre outros.

22 de mar. de 2012

AGE OF IGNORANCE

PAREM AS MÁQUINAS!

Não e todo dia, que autores visionarios e críticos conscientes das realidades que nos cercam, conseguem decifrar o "Zeit Geist", o Espirito do Tempo em que todos nós co-habitamos.


Se duvida que eles não existiam mais, fique com o que Charles Simic do NYR (The New York Review Books), diz sobre A ERA DA IGNORÂNCIA, (só prá constar: a nossa era atual) traduzido para o portugues, com o cenario norte-americano, aterradoramente, perfeitamente aplicável ao Brasil de hoje, confira:



Ignorância generalizada beirando a idiotice é a nossa nova meta nacional. Não adianta fingir o contrário e dizer-nos, como Thomas Friedman fez nos dias atrás, que as pessoas educadas são mais valiosos recursos da nação. Claro, eles são, mas nós ainda os queremos ? Não me parece que sim. O cidadão ideal de um estado politicamente corrupto, como o que temos agora, é um idiota ingênuo incapaz de dizer a verdade da mentira.

Um cidadão educado, uma população bem informada, o tipo que o funcionamento da democracia requer, seria alguém difícil de mentir, e não poderia ser conduzido pelo cabresto, pelos vários interesses adquiridos que funcionam amiúde neste país. A maioria dos nossos políticos, seus conselheiros  e lobistas que se encontram desempregados, fazem-se passar como formadores de opinião. Felizmente para eles, nada tão catastrófico, embora perfeitamente merecida e muito bem-vindo, terem uma chance remota de ocorrer o que propagam, a qualquer momento em breve.  


Para começar, há mais dinheiro á ser ganho entre os ignorantes, do que entre os esclarecidos, uma das poucas indústrias nacionais de crescimento, que ainda temos neste país.  

Uma população verdadeiramente educada seria ruim, tanto para os políticos, quanto para os negócios.

Levou anos de indiferença e estupidez para nos fazermos tão ignorantes como somos hoje. Quem lecionou em universidades ao longo dos últimos quarenta anos, como eu lecionei, posso dizer o quanto os alunos menos conhecem quando saem do ensino médio, a cada ano. Na primeira leva, já foi chocante, mas já não surpreende qualquer professor universitário que as pessoas legais e jovens ansiosos matriculados em suas classes, já não têm capacidade de compreender a maior parte do material que está sendo ensinado.  


Ensinar literatura americana, como já vem sido feito, tornou-se cada vez mais difícil nos últimos anos, uma vez que os alunos leiam pouco antes de passar no vestibular e muitas vezes carecem de informações historicas básicas sobre o período em que o romance ou o poema foi escrito, incluindo o que as idéias e questões importantes destes autories pensaram no momento de produzir suas obras.

Mesmo a história regional, é deixada de lado. Os estudantes que vêm de antigas cidades industriais,  como eu descobri, nunca foi lhes dito sobre as greves famosas em suas comunidades em que os trabalhadores foram fuzilados a sangue frio e os criminosos escaparam ilesos. Não me foi surpresa que as escolas tinham receio de trazer à tona o assunto, mas me surpreendeu que os seus pais e avós, e quem mais eles entraram em contato com eles enquanto estavam crescendo, nunca mencionou estes exemplos de injustiça. Ou dentro de suas próprias famílias nunca se tenha dito palavra sobre o passado, ou seus filhos não estavam prestando atenção quando eles fizeram. Fosse o que fosse, se é confrontado com o problema de como remediar a sua enorme ignorância sobre coisas que eles já deveriam ter sido familiarizado com as gerações de estudantes antes do que eles viriam a ser.


Se esta falta de conhecimento é o resultado dos anos de emburrecimento do currículo do ensino médio e das famílias que não falam com seus filhos sobre o passado, há um outro tipo mais pernicioso da ignorância que enfrentamos hoje. É o produto de anos de polarização política e ideológica e do esforço deliberado pelas partes mais fanáticos e intolerantes em que o conflito para fabricar mais ignorância, deitando-se sobre muitos aspectos da nossa história e até o nosso passado recente.  


Lembro-me de ser atordoado alguns anos atrás quando eu li que a maioria dos norte-americanos disseram aos pesquisadores que Saddam Hussein estava por trás de 11 de setembro ataques terroristas. Pareceu-me como um talento inigualável propaganda pelos piores regimes autoritários do passado de muitos que tiveram de recorrer a campos de trabalho e pelotões de fuzilamento para forçar seu povo a acreditar que alguma inverdade, sem sucesso comparável.

Sem dúvida, a Internet e TV a cabo permitiram vários interesses políticos e corporativos utilizados para espalhar desinformação em uma escala que não era possível antes, mas para obter sucesso, temos que ter uma população mal educada acostumados a nunca verificar as coisas que estão sendo contadas.  


Onde mais na terra seria um presidente que resgatou os grandes bancos da falência com dinheiro dos contribuintes e permitiu o resto de nós a perder US $ 12 trilhões em aposentadoria, investimento, e as poupanças domesticas das familias, pode ser chamado de socialista?


No passado, se alguém não sabia de nada e falou bobagem, ninguém prestou atenção nele. 


Agora, não mais.  

Essas pessoas são cortejadas e lisonjeadas por políticos conservadores e ideólogos como "verdadeiros americanos" á defender seu país contra o governo das grandes e educadas elites liberais. As entrevistas com a imprensa e os relatórios de suas opiniões levadas a sério, sem apontar a imbecilidade de que eles acreditam. Quais vendedores ambulantes, manipulados pelos poderosos interesses financeiros, sabendo que podem ser feitos para acreditar em qualquer coisa, porque, para os ignorantes e os intolerantes, soa melhor do que a verdade, senão, acompanhe:

   
1) Os cristãos são perseguidos no país.
   
2) O governo vai pegar suas armas. (NO BRASIL, PEGOU MESMO!)
   
3) Obama é muçulmano.
   4)
O aquecimento global é uma farsa.
   
5) O presidente está forçando a homossexualidade aberta sobre o militar.
   
6) Escolas empurram uma agenda de esquerda.
   
7) Segurança Social é um direito, não é diferente de bem-estar.
   
8) Obama odeia pessoas brancas.
    9)
A vida na Terra é de 10.000 anos e assim é o Universo.
   
10) A rede de segurança social contribui para a pobreza.
    11)
O governo está tirando dinheiro de você e dando para  mulheres loucas por sexo, para pagar seus controles de natalidade.


Pode-se facilmente listar muitas mais ilusões comuns, ditas e acreditadas pelos norte-americanos. Eles são mantidos em circulação por centenas de pessoas da extrema-direita, facções políticas e grupos religiosos de mídia, cuja função é fabricar uma realidade alternativa para seus muitos telespectadores e seus ouvintes crédulos.

"A estupidez é, por vezes, a maior das forças históricas," Sidney Hook disse uma vez.


Sem dúvidas.
 


O que temos neste país é a rebelião das mentes estagnadas contra o intelecto. É por isso que eles adoram que os políticos se oponham furiosamente contra professores doutrinando crianças contra valores de seus pais e se ressentem os que apresentam capacidade de pensar seriamente e de forma independente. 

 Apesar da sua bravura, estes tolos podem sempre contar em votar contra seus próprios interesses. E que, tanto quanto eu estou preocupado, é exatamente por isso que milhões e milhões estão sendo gastos, para manter meus concidadãos ignorantes.
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15 de mar. de 2012

Londrina/1991, Beiruth/2012


No Anno Domini de 1.991 ( incrivel: lá se vão mais de 2O anos! ), comecei à por em papel A4 algumas conceituações construtivas, graças às provocações de obras geniais da Arquitetura & Urbanismo, das quais tive contato com excelentes títulos, muitos destes, impressos em espanhol e em inglês.



Livros filtrados e decupados pelas mentes privilegiadas dos meus professores e mestres universitários na UEL de então, entre os quais, listaria de pronto:

 Otavio Yassuo Shimba, Marcos Fagundes Baranabé, Nestor Razente, Kleber Ferraz Monteiro, Jorge Marão, José Luiz Faraco, Antonio Carlos Zani, Humberto Yamaki.

E, ajudado que sempre fui pelos funcionários:
 Vanda de Morais, Igor Paulo Merback, Adilson Francelino Alves e Carlos Alberto Duarte, dentre tantos outros interessados no que éramos e para o que alí estávamos .



O primeiro dos "conceitos" que sugeri, fora o aproveitamento integral -ou ao menos parcial- das Coberturas no Topo dos Prédios Urbanos Centrais, uma espécie de 9a. Maravilha do Mundo, afinal, o impacto dos míticos Jardins Suspensos da Babilônia ainda reverbera nas mentes de qualquer ser vivo minimamente lido.


Conta a lenda, que se tratavam de um conjunto edificado de férteis platôs verdejantes, artificialmente cultivados e irrigados, no meio de um clima brutalmente desértico que se deteriorava rapidamente, via esgotamento dos recursos florestais naturais e, convenhamos:

Basta ver qualquer caipira pé-vermelho numa cidade grande e moderna, prá entendermos que não deve ter sido brincadeira, na época de sua concepção pelos arquitetos da Antiguidade, projetar e contruir esse privilegiado Oásis Artificial, especie de Condomínio Fechado, erigido em benefício da (quem mais, ó, tolinhos?) Elite de então.

Não devendo nada, aliás, às atuais "Disneylândias do Petróleo", pipocando nos litorais do Golfo Pérsico.


1O anos depois, os diversos rascunhos ganharam uma face bem mais  reconhecivel, ao inserir a conceituação na malha urbana do Centro de Londrina e, para minha surpresa, assim que orqanizei uma Mostra Individual no Espaço CEDDO em 2004 ( por ocasião dos 7O anos do aniversário da cidade ), a cidade APARENTEMENTE despertou.

Em seus aniversários até 2004, Londrina era muito "engraçada: 

Era um tal de correrem atrás de imagens de seu glorioso passado, e ficávamos como que abrindo caixas de sapatos cheias de fotos antigas, acompanhadas de expressões como "-NOSSA, COMO AQUILO ERA LINDO", "-PUXA, OLHA COMO ISSO ERA LEGAL" e  "- NÃO ACREDITO QUE DESTRUÍRAM ISTO!", no melhor estilo lamuriante cantado pela dupla Nostalgia & Melancolia.



Quando a minha exposição abriu,  foi a segunda vez na nossa história, que conseguimos olhar adiante,
para quando fizermos os 100 anos de vida, em 2034. A inspiração da data quebrada, veio de uma urna lacrada, denominada de "Cápsula do Tempo", semi-exposta em nosso Museu Histórico da UEL, um caixote de ferro com documentos variados em seu interior, à ser aberto, como o próprio nome diz, quando soprarmos as velinhas de nosso primeiro século.

  Um ano depois do impacto percebido, Luiz Penteado Figueira de Mello, brilhante gestor do IPPUL ( que saiu por excesso de qualificações ), me procurou e patrocinou, via ACIL, um conjunto de painéis maiores.



Nada assombroso, como convém aos patrocinios culturais de uma cidade ainda em formação cultural:

Impressãozinha espartana, mas crucial, mera dúzia de banners de vinil no formato A², com aqueles cabos-de-vassoura à guisa de estirantes, o suficiente para iniciar uma Exposição Itinerante, cujo último dia para visitação, já está automaticamene agendado para o próximo Reveillon do ano de... 2033!


Já obtivemos até o momento  mais de 1O.OOO visitantes,  em mais de seis espaços distintos e platéias diversificadas, até mesmo naquelas paredes mal iluminadas sem uso, inúteis, de dezenas de estabelecimentos pés-vermelhos,  os quais sempre tem alguem "sensivel" pra chamar de "Espaço Cultural", normalmente, batizando com o nome da mãe, numa plaquinha dsicretamenrte exibida em um canto...

Sem contar os milhares de  visitantes no blog homônimo, e re-publicações por terceiros em variados portais, com surpresa para a leitura de alguns dos comments (os quais me deixam em sinceras dúvidas, se não seriam estes melhor que o próprio post...), confira por lá, clicando nesse link abaixo:


Eis que, neste ano de 2012, um grupo de arquitetos libaneses do Studio Invisible conceberam um projeto, intitulado Beirut’s Wonder Forest, o qual pretende "solucionar o problema da falta de áreas verdes" em Beirute.

BEI-RU-TE, entenderam?
 

Aquela sistematicamente destroçada capital do Líbano, que em muitos aspectos me lembra a Operação Barbarossa em Leningrado, após a antipática visita em grupo dos Turistas Nazistas, onde só na primeira leva, uns 250.000 soldados da Werhmacht reembarcaram de volta à pátria, direto prôs "Campos do Walhalla" germãnico, se é que não ficaram conservados em neve.

Segue o texto descritivo da proposta libanesa:

"A ideia é transformar os topos dos prédios em jardins, com árvores que se adaptam facilmente ao clima. Elas ficariam presas por fios de aço para evitar acidentes em situações de chuva e ventos fortes.
Segundo os arquitetos, o projeto apresenta uma série de benefícios para a cidade: o ar ficaria mais puro, o ambiente mais saudável, as árvores proveriam sombras e amenizariam o clima quente e seco.

Além disso, os “telhados” dos edifícios seriam transformados em espaço de convivência para seus moradores – o que aumenta a qualidade de vida da população – e os jardins poderiam ser o pontapé para a agricultura urbana, com a criação de pequenas hortas por toda a cidade
".



Claro que, na minha proposta de mais 20 anos atrás (matriz da idéia dos meus colegas libaneses, só prá constar...), o mundo como um todo -e no particular- não vai ficar tão cor-de-rosa, sob céus-de-brigadeiro.

Na verdade, emprobeceremos VIOLENTA E RAPIDAMENTE.

Como tem acontecido desde o Pós-Guerra, agora, com politicos nas mãos de grandes corporações, essas novas velhas formas de Papados & Reinados, uma espécie de Alta Idade Média, sem os adventos dos "Primas Noctes", as quais, pelo que tenho atualizado, evoluíram para algo mais proximo de uma "Omni Bus Todas as Noctes", via impostos escorchantes, tomados bem na tua cara, com devoilutivas raras e minguadas, se considerarmos sermos no hoje a 6a. economia do Planeta Terra.
 

E o nosso mundinho, cada vez mais encolhido e ocupado, dos Pólos à Estratosfera, não ficará cor-de-rosa, em especial, no ano da Londrina em 2034, que foi para onde empurrei as expectativas de cenários, como alguns já perceberam, bastante próximos do inconcebível, dada as atuais mentalidades inoperantes e reinantes, vide a nossa adorável cidade, vítimada pelos seus grotescos cotidianos.
Estas minhas provocações, inspiraram até mesmo as entidades organizadas locais, com "suas" (minhas) visões de futuro intituladas EXATAMENTE com o mesmo título que criei em 2004, mas é claro, sem os devidos créditos, como sói acontecer por estas prósperas e interessantíssimas plagas, além de, "omo que por encanto", arrefecermos os comportamentos nostalgicos e melancólicos, obrigando-nos a repensar, de fato, o futuro ou o que vamos "obter" dele.

Voltando ao tema, o recrudescimento da ocupação das áreas centrais, tornando-se sucessivamente privadas via concessão ( e que ninguém aqui se perca no sobretítulo "pública", vide praças londrinenses, cada vez mais invadidas, até por estacionamentos, desde o fatídico ano de 1995), principalmente, devido à um único "detalhezinho crucial" para a implantação de minha concepção:


Cada unidade conservativa nas coberturas, custaria astronômicos R$2OO,OOO,OO por prédio e, tendo eu morado e me demorado em condominios residenciais, mesmo da Alta Classe Média, não é, garanto-lhes, dinheiro pequeno.

E, até onde sei (e ví e ouví e participei), a grande maioria, malemá separa o seu próprio lixo diário, doméstico, nos conformes e, sem quaisquer trocadilhos, essa maioria gigantesca está pouco "se lixando", para uma tal de Qualidade de Vida.

Muito menos, para o aspecto humano dos Ambientes Urbanos, que depende de nossas existencias, desde que, pelo menos, sua trinca de  "qualidade de vida" esteja plenamente assegurada:


1.) TV funcionando;

2.) Tooodos os dias;
3.) Sem interrupções
.

Se voce duvida, olhe, se não atentamente, superficialmente, aí à sua volta e, depois, me fale.


.