30 de nov. de 2008

AJUDA à BLUMENAU

Destaco a grandiosa ajuda governamental à castigada Blumenau, feita pelo Sr. João Rodrigues Chaves, providenciando a distribuição de alimentos, ordenando a execução de obras emergenciais , autorizando a liberação de recurso financeiros e coordenando as coletas e a distribuição de donativos para socorro às vítimas das enchentes do Rio Itajaí, também conhecido em tupi pelo binômio Ytajahi-Açu, ou seja, de um rio que fica grande.

Me lembra as bizarrías brasileiríssimas de ITAORNA, "pedra podre" (local onde engenheiros escolheram prá erguer a Usina Nuclear de Angra dos Reis, num pais plenamente hidráulico) e CUM´BICA, "nuvem baixa" (local onde os engenheiros esolheram para erigir o Aeroporto Internacional homônimo).

Aliás, esse "Seo" João até mereceria uma estátua à beira-rio em breve (cujo nariz ficasse acima da linha d´água nas enchentes, em respeito ao nobilíssimo cidadão), não fosse pelo fato deste Presidente da Província do Império do Brazil ter realizado tais nobilíssimas façanhas, num longínquo ano de 1880.

Isto que os próprios locais, lembram sempre de suas histórias, veja:


" No dia 2 de Outubro de 1911 acontece aquela que foi a maior enchente jamais
vista em Blumenau. As águas do Rio Itajaí-açú alcançaram 16,27 metros. Duas
outras enchentes situam-se em 2º. e 3º. Lugar no “ranking”. A chamada “grande
enchente” de julho de 1983 que atingiu15,37 metros no dia 07. Foi a mais catas-
trófica de todas. A cidade ficou inundada por 10 dias. Em 06 e 07 de Agosto,
ainda não recuperados do ano interior, os blumenauenses são surpreendidos
por outra enchente. Desta vez atingindo 15,67 metros. Felizmente foram só
dois dias 06 e 07 de Agosto."


Este é o verdadeiro Brasil, país de todos e onde o brasileiro de verdade mora, vive, trabalha e habita. Blumenau já teve sessenta e seis (66!) enchentes problemáticas desde então e, como na indústria da seca do nordeste, seus governos sucessivamente incompetentes, assistem o ceifar de vidas, até que poucas, dada a tragédia anunciada, lá se vão quase 150 anos.

Arquitetos, Geógrafos, Biólogos, não se cansam em alertar da ocupação irregular de encostas, teimosía em não considerar a Cota Histórica das Enchentes (disponível em anotações minuciosas desde 1880!), servindo mais uma vez à justificar um Governo Municipal inoperante, um Governo Estadual omisso, um Governo Federal oportunista, liberando oportunos DOIS BILHÔES DE REAIS no afoagadilho, com perdão do trocadilho absurdamente infame, face á tragédia e da necessidade urgente de solidariedade inadiável.

Se nem depois do ladrão, nossos irmãos blumenautas querem por a tranca, me sinto autorizado em despachar uns calções de banho, prá continuarem espadanando em suas histórias, apesar de ter feito meu depósito bancário hoje, em solideriedade às vitimas ditas "inocentes".

Pois desconfio que vão reconstruir suas vidas exatamente como dantes, expondo-se e aos seus, inutilmente, à futuras tragédias eternamente pré-anunciadas, como pescadores ignaros que refazem cabanas, mesmo que as águas da ressaca a tenham destruído pela undécima vez.

Perseverança é um coisa. Irresponsabilidade, é uma outra coisa muito diferente e, se eu morasse naquelas áreas atingidas por tamnha destruição, ingressaría com pedidos quackbilionários de indenizações por improbidade administrativa (NO MÍNIMO) ao longo da calha do Rio Itajaí-Açú, desde que a grana saísse dos bolsos de Prefeitos, Vereadores e Governadores de Santa Catarina.


Entretanto...

... nós por aqui, com os Pés Vermelhos, temos muito o que lamentar dentro de nossas próprias casas, quais típicos Rôtos, criticando aos Esfarrapados...

Sim, pois enfrentamos outras "enchentes" tão nocivas quanto, que invadem nossos recursos públicos e parecem sempre assombrar nossos patrimônios de tempos em tempos, deixando rastros de destruição absoluta e de escabrosas impunidades sucessivas, escamoteáveis com liminares eleitorais, lembrando-nos acintosamente que nós também não aprendemos direito com nossos próprios erros domésticos.
Teremos mesmo esse futuro brilhante que se avizinha e que tanto sonhamos, trabalhando arduamente por ele ?

Ou a próxima "inundação" colocará tudo à perder, como sempre ?

Se a História só se repete como Farsa ou Tragédia, vou contrariar essa tal de História e ficar com nenhuma dessas duas opções, reinventando-a onde possível for.

Mãos à obra, pois!


CHRISTIAN STEAGALL-CONDÉ

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