15 de mar. de 2007

: : PAINTBALL:GUERRA É GUERRA!



ARENA DE PAINTBALL
, VERÃO DE 2MIL&7: FORMAMOS
MEIO SEM PENSARMOS 2 EQUIPES, 6 DE CADA LADO,
´´ELES´´
, NA MALÍCIA E NA RAPIDEZ, ESCOLHERAM OS
COLETES PROTETORES PRETOS, UM APENDICE NA
VIRILHA, FEITO DO MESMO MATERIAL DO COLETE,
GERAVA PERGUNTAS QUE NÃO FORAM FEITAS ALÍ, DO
TIPO ´´POR QUE ESSA $%¨&#!? DESCE ATÉ O SACO ?´´
NOS EQUIPAMOS COM OS COLETES QUE SOBRARAM
NOS BALCÕES, NO CASO, OS VERMELHOS, TÃO VISÍVEIS,
COMO MOÇINHAS SUBINDO ESCADAS EM MINI-SAIAS SEM
CALCINHAS, AJUSTAVAMOS OS EPI´S MEIO ACABRUNHADOS.
COMO SE SOUBÉSSEMOS DE ANTEMÂO QUE ESTÁVAMOS
ENTRANDO NAQUELA BATALHA COMO CARNE DE CANHÃO,
CINTILANTES COMO PLUTÕNIO NO BREU, DEVIDO AQUELA
INDISCRETA TONALIDADE BERRANTE NO MEIO DA ARENA...
O INSTRUTOR, JUIZ, OLHEIRO E ADIDO MILITAR NOS DÁ
OS ÚLTIMOS ESPÔRROS, DE COMO DESTRAVAR NUM
BOTÃO A METRALHADORA, MUNIDA COM 25 BALAS DE
TONS BERRANTES, RÍGIDAS E PLÁSTICAS COMO AQUELES
CHICLETES CHINESES DE BLISTERS EM LINHA, PROPELIDAS
À MAIS DE 100 KM/h POR GÁS CARBÔNICO, ESTE, RECÉM
CARREGADO, COMO NUM CILINDRO DE MERGULHADORES,
ACOPLADO NA ARMA À GUISA DE EMPUNHADURA METÁLICA.
O ADIDO MILITAR NOS ENXOTA PARA UM CANTO ( PRÁ MEU
DESASSOSSÊGO, O MAIS ILUMINADO, AINDA QUE FOSSEM
CINCO DA TARDE NO HORÁRIO DE VERÃO
), NOSSOS ONTEM
SEMI-CONHECIDOS-DE-VISTA E HOJE, OS CIRCUNSTANCIAIS
INIMIGOS,
SE DESLOCAM EM DIREÇÃO OPOSTA, COMO SE
PROTEGIDOS PELA SEMI-ESCURIDÃO DE UM SALÃO COM
PARCAS LUZES INCANDESCENTES, PROPOSITALMENTE
FRACAS, VÍ-OS COMO SE DESAPARECENDO NA BRUMA OS
MALDITOS, EM SEUS COLETES PRETOS CAMUFLANDO-OS...
NOS ALINHAMOS NO FUNDO DO SALÃO AGUARDANDO
A VOZ DE COMANDO: NÃO ERAMOS MAIS OS HUMANOS
PACATOS, POR VEZES SERVÍS, GENTÍS E/OU CIDADÃOS,
QUE ESTÁVAMOS HABITUADOS A SER, A VIVER, A CRIAR.
ERAMOS HOMENS NUMA MISSÃO: ATACAR. NINGUÉM
TREINARA NADA ANTES. NINGUÉM FEZ TIRO-DE-GUERRA,
EXÉRCITO, MARINHA, AERONÁUTICA, ESCOTISMO, B.G...
APESAR DE EU TER IDO Á QUITAÚNA EM OSASCO PELO
TREM DE SUBÚRBIUO ´´...QUANDO O BRASILEIRO FOR
COMPLETAR 18 ANOS
´´, PELADO NUM FRIO DO CARALHO,
INVERNO PAULISTANO, JUNTO COM MAIS UNS 600 CARAS,
TERBLINKA E SOBIBOR PERDERIAM, DADA A INUTILIDADE.
TRATEI DE FICAR VESGO ATÉ ME DAR DOR DE CABEÇA,
UM MÉDICO VEIO, ME OLHOU NOS OLHOS, ME FEZ VIRAR,
MANDOU ABAIXAR-ME DE UMA FORMA MEIO ESQUISITA,
FIZERAM ISSO COM OS 600 CARAS, UM PESADÊLO VIVO.
SEM PENSAR, RASCUNHOU UM ´´B-2´´ NUMA ETIQUETA
NO MEU PESCOÇO, UM CARA ATRÁS, AMIGO, DISSE-ME
BAIXINHO AO SABÊ-LO ´´ÊI, CARA, LEVOU O BOI NESSA´´,
NO PECOÇO DELE, LÍ DE LONGE UM GARRAFAL ´´A-1´´...
SABÍAMOS O QUE NOS AGUARDAVA. ERA COMO SE JÁ
TVÉSSEMOS FEITO ISSO ANTES UM MILHÃO DE VEZES.
O QUÊ NOS MUDA? O QUE NOS CONFORMA E NOS EXCITA ?
O CAPACETE? A ARMA? A EQUIPE? O COLETE VERMELHO ?
A ARENA ? O INIMIGO ? O ADIDO MILITAR ? O EQUIPAMENTO?
NADA NOS MUDA !
SOMOS ASSIM, NASCEMOS ASSIM, COM ESSA FÔRMA, TEMOS
7~8 MILHÕES DE ANOS DE EVOLUÇÃO FERVILHANDO EM UMA
HÉLICE DUPLA DE DNA, RODANDO, GIRANDO, REVOLUCIONANDO.
COMO ENORMES PÁS DE UM CATA-VENTO EÓLICO, MOVIDOS
PELA HISTÓRIA DA MORTE, UMA ALMA ANTIGA, O CROCODILO
ANCESTRAL DENTRO DO HIPOTÁLAMO ROSNA, ESPREITA-SE,
SE RESIGNA DE/COM SUA NATUREZA INCOMUM E COMEÇA DE
SÚBITO À CO-OPERAR NUM NOBRE OFÍCIO: CAÇAR. MATAR.
ALGO OCORREU LÁ NO INIMIGO... OUVIMOS ALGUÉM GRITAR
UM ´´PÉRAÍ!!!´´, VINDO DAQUELAS BRUMAS ENTRICHEIRADAS
POR DETRÁS DE SACARIAS, MONTES DE FENO, CASAMATAS
FEITAS DE MADEIRIT E MDF, TAMBORES CAÍDOS POR ENTRE
BARRIS DE PETRÓLEO PROTEGIDOS POR SACOS DE AREIA,
DENTRO DE UM SALÃOZÃO OBSCURO DE 38 POR 14
METROS .

OLHEI PARA OS MEUS IGUAIS. POR UMA CIRCUNSTÂNCIA,
ERA A MINHA EQUIPE. A MINHA TROPA. EU ESTAVA COM
ELES E ELES, COMIGO. TÍNHAMOS O MESMO OBJETIVO,
MESMO SENDO TODOS APARENTES DESCONHECIDOS.

UM ENCONTRO NUMA ANTIQUADA, MAS AINDA EFICIENTE
MATILHA. DOIS DELES, NEM SEQUER FUI APRESENTADO,
RESOLVI JUNTÁ-LOS, GRITEI ALGO COMO, ´`ESCUTAQUI,
TEM ALGUM JEITO DE SE CHEGAR LÁ NA BANDEIRA DOS
CARAS, COMO É QUE NÒS VAMOS FAZER ESSE ASSALTO
?´´

TODOS FALARAM AO MESMO TEMPO, A DIVERSÃO
PODE ENTÃO COMEÇAR. PROPOMOS UMAS DEZ OU
DOZE TÁTICAS, ERAM PLANOS ESCONDIDOS PELOS
CONFINS DA MEMÓRIA, CENTENAS DE ESCONDES-
ESCONDES, BEIJOS FURTIVOS NA GATINHA DA RUA,
JANELA QUEBRADAS BEM-ESCONDIDAS, JOELHOS
TRI-ESFOLADOS, BRAÇOS QUEBRADOS, TOMBOS DE
SKATE QUANDO EXISTIAM MARCAS COMO HANG TEN,
CADDILAC WHEELS, SANTANNA, MOJAVE, FRISCO
, EM
DÚZIAS DE ESCORIAÇÕES GENERALIZADAS DESCENDO
A PRAÇA DO POR DO SOL EM CARRINHOS DE ROLIMÂ
( ROLLEMANN...) DESTROÇANDO CARNE PELO ASFALTO
RUGOSO AO PULAR UMA RAMPA DE AÇO ( COLOCADA
ESTRATÉGICAMENTE EM CIMA DA TRINCHEIRA MANDADA
CAVAR PELOS MORADORES, EMPUTECIDÍSSIMOS COM
A SÚBITA HIERARQUIZAÇÂO DA ANTES TRANQUILA RUA
DE CLASSE MÉDIA ALTA
) EM ACLIVE PARA CORAJOSOS
NO ALTO DE PINHEIROS, LUGAR BOM DE SE NAMORAR
DENTRO DO CARRO, ´DESDE QUE ARMADO´ OUVI UM DIA
DE UM FUINHA BEM BUNDA-MOLE FILHO DE UM DELEGADO.

SEM NOTARMOS, FOMOS EQUACIONANDO AQUELA BAGAÇA.

O ADIDO MILITAR GRITOU E NOS ATRACAMOS EM MERGULHOS,
COMO ANIMAIS DE RAPINA, SORRATEIROS, SILENCIOSOS, NOSSO
DOIS OLHOS PARALELOS CHECANDO DISTANCIAS, COMPUTANDO
COMO FAZEM OS FELINOS, SOMOS O TOPO DA CADEIA ALIMENTAR,
NOSSOS CORPOS EQUIPADOS COM O DESIGN DE IRMOS ADIANTE,
AVANÇAR, CHECAR, INVESTIGAR, INSPECIONAR, COMPARAR, VER,
LEMBRAR, BUSCAR, REGISTRAR, DUVIDAR, ACREDITAR, AGIR !

AVANÇAMOS RENTES AO SOLO, QUANDO DEI POR MIM, ESTAVA
COM MINHA METRALHADORA APONTADA PARA A CABEÇA DE
UM INIMIGO DISTANTE, EU O VENDO E ELE SEM ME VER, COÇEI
A MÃO NO GATILHO E ARRISQUEI UM DISPARO, À MAIS DE 30m.

NÂO SEI SE VÍ, MAS ACHO QUE A BALA FEZ UMA CURVATURA
MUITO SEM GRAÇA, E, PRÁ MINHA SURPRESA, O BLISTER DE
TINTA PINK EXPLODIU NA TESTA DE UM INIMIGO, QUE NO ATO
LEVANTOU AS MÃOS E GRITOU ´´NEUTRO!´´, CONFORME FOI
COMBINADO E NOS ENSINADO MOMENTOS ANTES. DECIDI NÃO
AVANÇAR. COMO UM ´´SNIPPER´´, VÍ-ME ENCARAPITADO POR
ENTRE OS SINOS DESTRUÍDOS DE UM CAMPANÁRIO EUROPEU,
ONDE CADA DISPARO ERA UM INIMIGO PELO CHÂO, FORA DE
COMBATE ( de fato, atingido, deve-se sair, alguém o limpa da tinta
na viseira do rosto prá poder enxergar e voce ressucita em seguida
).

BELISQUEI MAIS UM TIRO: NO PEITO. COMECEI A ME ACHAR.

QUANDO DEI POR MIM, UM MEMBRO DA MINHA EQUIPE URRAVA
AOS PULOS, AGARRANDO NA MÃO SEM A ARMA O PRECIOSO
OBJETIVO FINAL: UMA BANDEIROLA MEQUETREFE, MUITO MAIS
PARECIDA COM UM RELES PANO DE CHÃO ENTUCHADO NUMA
VARA DE PLÁSTICO, PARA A GRITARIA COLETIVA NOSSA E SILÊNCIO
´´DELES´´... AGORA, OLHANDO-NOS DE SOSLAIO, TALVEZ TRAMANDO...

DE REPENTE, PERCEBEMOS SEM NOTAR QUAL ERA A ÚNICA
FORMA DE VENCER, TÁTICAMENTE: UM BRIEFFING, ANTES DE
CADA UM DOS ASSALTOS: AGORA, COM RECEIOS DE ELES JÁ
SABEREM DE NOSSO MÉTODOS, DECIDIMOS AVANÇAR DE DOIS
EM DOIS UM COBRINDO O OUTRO: YÁZZ! BANDEIRA NAS MÃOS!

A COISA ESTAVA FICANDO MEIO ESQUISITA. SÃO 25 TIROS POR
CARGA DE METRALHADORA/HOMEM. EM DOIS DOS ASSALTOS,
TERMINEI UM DELES COM 19 BALAS E UM OUTRO? 15 BALAS!!!

SE ESTÁVAMOS GANHANDO ( e já estávamos em 4 assaltos X 0 )
E AINDA CONTAVA AS BALAS, ERA POR QUE O NEGÓCIO ERA
ESSE: NADA DE RAJADAS À ESMO, ERA MIRAR E DERRUBAR.

UMA BALA.

UM ALVO.

INVICTOS.

AGORA, A DERRADEIRA.

ERA UM TUDO-OU-NADA. ACHAMOS QUE ELES VIRIAM PRÁ CIMA,
FEITO LOUCOS, POIS SEUS ROSTOS ESTAVAM ROSNANTES, VÍ
OS INIMIGOS DE PERTO E O ODOR DELES ERA DE VINGANÇA...

NO BRIEFFING, SUGERI UMA OPERAÇÃO QUE DENOMINEI (POR
FALTA DE CRIATIVIDADE
) NO ATO DE ´´BOI-DE-PIRANHA´´. O TÍ-
TULO JÀ DIZ QUASE TUDO MAS NÃO HOUVERAM VOLUNTÁRIOS
BOVINOS PARA O INIMIGO VORAZ. ELES ESTAVAM BEM PUTOS.

COMO A CRÍA ERA MINHA... ENTÃO FOMOS COMO PLANEJADO,
( O TÍTULO VIRÍA A MOSTRAR O PODER DESSES BATISMOS... ),
APONTEI PRÁ MIM MESMO, ELES BALANÇARAM AS CABEÇAS.

O ADIDO DEU A ORDEM DE ATAQUE, NUM RAIO, SAÍ DISPARADO
COM A ARMA EM PUNHO, DESABALADA CARREIRA, SEM AVISO,
CARPINDO EM PULOS PELOS MUITOS OBSTÁCULOS PELO EIXO
CENTRAL DA ARENA ´´INDOOR´´ ( lembre-se: eram sacarias, latões,
feno no chão, barris, casinhas de madeirit, areia, pouca luz, milhares
de blisters de tintas explodidas como munição morta, colorindo tudo
).

30 METROS, EM LINHA RETA, ATIRANDO FEITO UM ALUCINADO.

FUI LIMPANDO O TERRENO, O INIMIGO NÃO ENTENDEU PORRA
NENHUMA, PUDE VER O OPONENTE NOS OLHOS, ESBUGALHADOS
ATRÁS DA VISEIRA DO CAPACETE PROTETOR, COMO SE DIZENDO
´´MAS QUE %$# É ESSA???´´, AS BALAS? 22, 17, 12, 09, 06, 04...

SÚBITO, AINDA SOZINHO, JÁ NO FINAL DO ´´SPRINT´´, ALGO ME
ACONTECEU, QUE NÃO CONSIGO PRECISAR MUITO EXATAMENTE.

COMO NA COXA DE UM ESPANTALHO ( SOMENTE COM UNS CAPINS
POR DENTRO DA CALÇA JEANS ), MINHA PERNA DIREITA ABRIU PARA
O MESMO LADO, NUM MOVIMENTO DE BONECO, ESCORREGANDO
SEM CONTROLE PELA PALHADA SECA, QUE FICA OLEOSA POR
CAUSA DA TINTA GOUACHE DAS BALAS JÁ EXPLODIDAS POR TUDO.

CAÍ ESPETACULARMENTE NA FRENTE DO PELOTÃO INIMIGO E,
COMO UM PATINHO NUMA LAGOA RASA, FUI FUZILADO COM MAIS
DE 40 DISPAROS, UMA CAMERA REGISTROU TUDO, GRAÇAS À
UM CINEGRAFISTA DE CONFLITOS ARMADOS, NO CASO, A PAUTA
DO PROGRAMA ´´FUI´´ DA MESMA TV À CABO ONDE ANCORO O
´´HABITAT´´, NAQUELE, CONVIDADO COMO MERA FIGURAÇÃO.

EXCITADOS COM MEU MASSACRE, O INIMIGO NÃO PERCEBEU
QUE EU ERA, DE FATO, O BOI E ELES, AS PIRANHAS, MINHA
EQUIPE AVANÇOU EM DOIS FLANCOS COMO QUE INVISÍVEL
E TOMOU A BANDEIRA DELES MAIS UMA VEZ E VENCEMOS
INVICTOS, EU,
SOB EFEITO DE ADRENALINA AINDA JORRANDO,
A TIBIEZA DO CROMOSSO ´´XY´´ NA FRENTE DA MATILHA URROU
MAIS ALTO E RESISTI COMO BOM SOLDADO, APESAR DE ESTAR
MORTALMENTE FERIDO, AINDA VIVO, ERAMOS SEIS, IGUAIS E
ELES, IDEM, PORÉM, TODOS MORTOS-VIVOS E HUMILHADOS.

JÁ SENTIRA O JORRO DA ADRENALINA ANTES, QUE NA GÍRIA EM
ALGUMAS TRIBOS DIZ-SE ´`DRENADO`` ( ADRENALINADO ), NUM
VÕO DUPLO DE ASA ASA DELTA ( já voei, durante uma aventura em
primeira pessoa pruma tal de ´´revista jovem´´, pulando lá de Atibaia,
já extinta... refiro-me a revista Wanted e não a cidade..bom, não sei...
),
MAS A SENSAÇÂO DE VITÓRIA COLETIVA É MESMO UM ORGASMO,
MAS, DIFERENTE DESTE, NÃO HÁ A RESOLUÇÂO, PARECE-SE
COM O TAL PLATÔ FEMININO, A EXCITAÇÂO PERDURANDO-SE...
NÃO SENTI NADA NA HORA, EXCETO UMA FACADA PROFUNDA.
INCHOU COMO UMA BOLONA DE BOLICHE. DIRIGI PRÁ CASA
ACELERANDO COM UM CABO DE VASSOURA. MANHÃ SEGUINTE,
CLAUDICANDO NO HOSPITAL ORTOPÉDICO, O MÉDICO ORDENA
À SENHORA ENFERMEIRA UMA PUNÇÃO, ONDE ELA CRAVA
UMA AGULHA VETERINÁRIA DE POLPUDAS DIMENSÕES AFRO-
PORNOGRÁFICAS NA TAL BOLA ESTUFADA E SANGRO QUAL
UM PORCO GORDO, O SUFICIENTE PARA ENCHER UMA LATINHA
DE CERVEJA, MOMENTOS ANTES, O ORTOPEDISTA TORCEU
PARA SAIR SÓ LINFA OU SORO, O QUE SERIA SINAL CLARO
NO EVITARMOS DE UMA ARTROSCOPIA, JÁ AGENDADA PARA
O MES DE ABRIL, O EMBATE DEVE IR AO AR DAQUI A ALGUNS
NA T.V. FECHADA, JÁ VÍ A PRÉVIA NA ILHA DE EDIÇÃO: PEDI
PRÁ CORTAR O BIZARRO MOVIMENTO DA PERNA, NEGARAM...
LEMBREI-ME DA POLÍCIA MILITAR, ADENTRANDO BECOS:
AUTORIZO-OS HOJE ? NÃO SEI. FELIZMENTE... SÓ DÓI, E
BASTANTE, QUANDO EU INSPIRO PROFUNDAMENTE, O
O QUE PODE ENSEJAR SÁDICOS E OS QUE ME ODEIAM
EM FAZÊ-LOS SORRIR, O QUE JÁ ME CONSOLA, POIS SÓ
UNS DOIS CARAS RECALCADOS EXERCITAM-SE NISTO.
DIAGNÓSTICO FINAL: CONCUSSÃO MECÂNICA NA CABEÇA
DA TÍBIA, FICA UMA CASCA RÍGIDA POR FORA COMO NUM
OVO, MAS A MEDULA SE LIQUEFAZ COMO UMA GELATINA.
HOMENS QUE CRUZO POR AÍ, ME PERGUNTAM: ´´FootBall?´´
EIS O QUE TENHO ESCUTADO, VINDO DE LÁBIOS MUITO MAIS
SORRIDENTES, SÃO DEZ, ENTRE CADA DEZ INTERLOCUTORAS,
APÓS O EVENTO QUE DEVE CONFIGURAR-ME AÍ, POR MESES:
´´-UAU! VOCE FICA SUPER-CHARMOSO COM BENGALA...´´
ESSAS MULHERES... ! ... ;)
CS-C
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: : OUTDOOR: FIM DA BAGUNÇA?


Enfim, o fim da bagunça na grande cidade e, a maior surpresa
no apagar das luzes de 2006, é que o exemplo veio de onde
menos se esperava, dada a tendencia, os lobbies, os empregos,
os interesses e o tamanho descomunal da encrenca: São Paulo,
a hoje quarta maior mega-cidade do planeta, numa canetada,
extinguiu quase a totalidade de suas incontáveis placas, plaquetas,
painéis, faixas, banners, tótens, estacas publicitárias e out-doors
de todos os tipos, formatos, tipos, espessuras, escalas e tamanhos.

O curioso e paradoxal disto tudo, é que quem provocou a queda
retumbante, foram os próprios empresários de espaços mídia, que
ao longo das décadas, foram dando tiros no pé, desviando ou fingindo
não ver o imenso estrago que perpretavam 24 horas por dia, 7 dias
por semana, 30 dias por mes, 365 dias por ano, sem controle algum,
na já judiada paisagem urbana, como se defecando como esses cães-
sem-dono-ou-com-dono, indiscriminadamente nos cenários do cotidiano
que pertencem à todos os seus quase 20 milhões de habitantes, em
benefício -como costuma acontcer- de algumas dezenas ´´deles´´.

Os resultados já se fizeram sentir: O sindicato patronal dos donos
de mídias fixas foram golpeados com uma redução de mais de 90%
do número de seus anunciantes, originado pelas próprias agências
de publicidade, que não querem seus clientes vistos na ilegalidade.

Mas não foi bem só numa canetada, pois a briga é ´´treta velha´´,
já que os arquitetos tem lutado, apontado e se incomodado com
o absurdo desde os anos 70, movimento urbanístico que começou
com profissionais, estudantes, professores e entidades de arquitetura,
os reais comprometidos com as paisagens urbanas, por fato e direito.

Cabendo num fusca, aqueles solitários idealistas eram sempre
ridicularizados pelos empresários de placas e de out-doors, pois
estes esfregavam na cara dos arquitetos os números ( pífios )
de empregados ( desqualificados...) e os impostos ( obrigação
básica, diga-se de passagem...) recolhidos, como se tráfego de
drogas não fosse uma forma de, digamos assim, emprego, ainda
que ilegal, indesejável, indecoroso e indigno. Defender emprego
por emprego, não só é perigoso, como se trata de mentalidade
muito infantilizada, típico de raciocínios lineares e simplistas (
tão caro aos nosso políticos da atualidade ) num mundo sempre
e cada vez mais tridimensional, em mutação contínua e complexo.

Os arquitetos não são inimigos naturais das placas urbanas, muito
pelo contrário: São ícones ancestrais, apenas remodelados, mas
o que aconteceu em São Paulo ao longo das décadas e já está
acontecendo em Ribeirão Preto e, nós, aqui em Londrina, estamos
na mesmíssima trilha inútil, a qual nos levará a lugar algum:

Desequilíbrio.

Arquitetos apenas enxergam o óbvio ( poluição de poucos, afetando
muitos, beneficiando menos ainda
) e alertam para a destruição
progressiva, lenta e imperceptível para a grande maioria, do
habitat mais importante prá nós, humanos, depois das florestas
intactas: o nosso próprio, palco insubstituível ( exceto nas férias? )
de nossas vidas, estudos, paixões, trabalho, ócio, angústias, medos,
lazer, descanso, moradia, passagem, visita, fotografias, passeios,
prosperidade, ruinas, divertimentos, lembranças tristezas, alegrias,
sustos, mortes, enterros, nascimentos, surpresas, satisfações e sua
peculiar arquitetura que a compõe como uma partitura, discriminando-a
das demais comunidades e nos identificando, como nossas impressões
digitais na ponta de nossos dedos nos diferenciam, igualando-nos.

Enfim, os arquitetos, acima dos interesses privados, pessoais, da moda,
políticos ou dos interesses de fundo econômico,
defendem a vida urbana
contemporanea que tanto amamos e a desejamos como sendo o estilo
de vida ideal, até alguém nos provar em contrário ou se mudar daqui ou dali.

Parte do problema nessa equação fatal e já comprovadamente nociva,
é que a cada placa implantada, a prefeitura leva a sua comissão pelo
usufruto do cenário público por empreendimento particular, e, pelo visto,
essa fonte está demorando em secar e, como costumo dizer que:

´´Londrina, sua capital é São Paulo´´, quem sabe sigamos o bom
exemplo vindo da nossa, digamos assim, ´´matriz corpotrativa´´....

Uma comunidade que vê mais valor numa placa ou fachada de loja,
do que uma árvore, está completamente do avesso e requer orientação
e informação, para o bem das gerações que nos sucederem, pois,
se amamos a Londrina atual, é por que os que nos antecederam após
os pioneiros, traçaram seu belo DNA na origem, cabendo a nós a
perpetuação desses belos cenários.

C-SC
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:: ASSUNÇÃO TOCA O CORAÇÃO


Curitiba. Ainda como estudante de arquitetura curtindo o frio de passagem,
quando de súbito nosso anfitrião invoca naquele sotaque de nossa pequena
capital
financiada pelo café do interior, ainda Pré-Lerner em sua paisagem:
´SEGuiiNTÊ, SHOW doz LONDRINiÊÊNSSÊÊZ AMANHiÂ, VÁMOZ ?´

Demorei, como de hábito, em entender de QUAIS ele estava se referindo e,
como se já soubesse QUEM seríam, perguntei-lhe ´´ONDE?´´, devolveu-me
´´AH, VAI SER NO ( sei-lá-eu-onde, não saberia dizer onde fica, mesmo...),
VAI SER LEGAL, ARRIGO BARNABÉ e ITAMAR ASSUNÇÂO, JUNTOS !´´
( Ah! Então, tratavam-se DESSES londrinenses !? Mas... Itamar é Pé-Vermelho ? )

Irrelevante. Na cabeça a tecla play foi apertada num crescendo de Benedito
da Silva Beleléu, vulgo ´NÊGO DITO DA SILVA CASCAVEL´, enxerguei as
´ORQUÍDEAS´, sibilantes e suaves como doces serpentes sedutoras, como
nunca tive a chance de vê-los, juntos, o momento era mesmo o do imperdível.

Moídos de tanto andar (mas estranhamente satisfeitos pelos efeitos que isto
nos causava em nossas pernas e corpos), capotamos à tardinha naquele hmm,
Verão de 17°C e chegamos tarde lá no... Bom, ainda não sei onde era o lugar.

Fila enorme, animadíssima, tinha ao menos umas 25 Tribos Urbanas distintas
e, curioso, teria amigos em qualquer uma delas, sem o menor constrangimento,
sem perceber, num recenseamento enxerguei mais mulheres do que homens.

Cabeça inclinada na bilheteria de vidro, a atendende, bonita e sorridente (como
se tivesse alguém bem legal esperando-a prá dar-lhe uns beijões dos grandes) ,
informa-nos algo decepcionada, quase em vergonha: ´Ó: Só sentado no chão´.

Olhei prá trás num ´´E AÍ?´´, aprovamos, nos esprememos um pouco e assim
entramos, mas o engraçado aconteceu: Só tinha um único lugar bem no Apara-
Cuspe, ( formerly The First Row Seat... ) e o tal ´´no chão´´... Bom, era NO PALCO !

Modo de dizer, pois o mesmo tinha dois palmos de altura, intimista mesmo, tipo
Pré Acústico MTV, fiquei muito envergonhado, meu amigo falou ´SENTAÍ!´ rindo
e assim que ( digamos dessa forma ) me sentei, com as pernas voltadas para o
público e o corpo retorcido na espinha à direita prá ver, os dois caras começaram.

Apagaram as luzes e acenderam as do palco e, PQP!, um dos focos, um maldito
spot, estava bem no meio da minha cara, prôs 99,99% dos presentes, era ÓBVIO
que eu fazia parte da BAGAÇA, mas eu, congelado como CONCRETO, i-mu-tá-vel.

Queria olhar de soslaio prô meu amigo, à uns 2 metros dalí, mas tive medo de me
arrebentar em gargalhadas, misto de mal-estar e sensação de absurda impotência,
Arrigo senta-se numa cadeira ao lado de Itamar, como guiando uma, sei lá, Kombi.

Barnabé: ´´ITAMAR JÁ ESTAMOS CHEGANDO EM LONDRINA !´´
Assunção: ´´ARRIGO QUE BOM A BOA E NOVA LONDRINA !´´
Barnabé:´´SIM ITAMAR AGORA UMA VELHA E BOA SENHORA !´´
Assunção: ´´SENHORA DE PERNAS ABERTAS NÃO ARRIGO ?´´

Ou algo assim, a casa rachou, nunca rí tanto, todas as pessoas se mexiam em suas
poltronas, balançavam as cabeças, re-iniciavam gargalhadas, um fuzuê DAQUELES,
relaxei um pouco mais, passei a me sentir um mínimo mais invisível e... por aí fomos.

Assunção: ´´Êh ? ... HOJE EU ESTOU FOR-MAL... ( risos )

No auge Itamar inicia o declame duma de suas músicas, fala de algo do coração,
um coração que bate e pergunta prá todos se os corações de todos batem, alguns
respondem tímidos SIM outros preferiram BATE os mais fervidos O MEU BATE,
insiste e re-pergunta num tom de voz mais alto, quase imperativo, respostas idem,
então foi tocando corações de cada um de seus Músicos e das Belas Vocalistas.

Ele abaixa a voz grave e inconfundível e, prá meu mais absoluto terror existencial,
se aproxima de mim sem o menor constrangimento, eu ainda de espinha torcida
e mais à direita do palco, defronte o tal único lugar vago, ocupado pelo meu amigo.

Itamar toca o próprio peito, microfone à mão: O MEU CORAÇÃO BATE o punho
fechado imitando o próprio, pulsante, ajoelha-se ou abaixa-se diante de mim, não
me lembro, parei de ouvir o mundo, só enxergava por um túnel silencioso o Itamar.

´´SEU CORAÇÃO BATE?´´ e aproximou o microfone com fio da minha previsível
fala, tocando-me o peito em meu coração, com o seu coração na mão, pulsando,
seu coração de mão pulsando em cima do meu coração pulsando concordei: "Ô!"

A casa caiu de novo, Itamar sorri abrindo faróis brancos como se dentes fossem,
sem sair do lugar, o pulso foi diminuindo, a mão defronte ao seu pulso foi assim
diminuindo, o pulso que era seu coração diminuindo, o meu coração em sua mão...

Apagaram-se as luzes, era final do show, PQP!, do nada vieram umas GATAS me
cumprimentar, o que eu fazia, se eu viajava com eles, onde estava hospedado, não,
elas nunca me acontecerem, eu é que estava rindo por dentro, rindo muito mesmo !

Burburinho da saída ( como somos primatas barulhentos e sociáveis! ) quis meu
olhar, ter o que quis o acaso, de cruzar com o olhar sorridente de uma japonesa,
mas não era uma, hmmm, japonesa qualquer. Era... bom, não sei, era uma mulher!

( De fato, nem exatamente uma ´japonesa´ era, aliás, ela era tão japonesa quanto eu um legítimo
Escocês HighLander, me olhava através de meus olhos, sorria só com o seu olhar, divertindo-me.
)

Ela nem era dalí: São daquelas musas que fluem macío em
Londrina e Maringá,
doces brasileiras que te causam dores excruciantes só em vê-las, elas são quase
imperceptíveis e invisíveis para aqueles brindados pelos caprichos da história e da
geografia mais os ascendentes do Kasato Maru, uma dor desejável e
assimilável.

No foyeur, discos em vinil do Itamar com sua banda Isca de Polícia, raridades fora
de catálogo e Arrigo com sua Ópera Reptiliana, abelhas no puro mel,
os CD´s só
seriam uma realidade dalí a uns 10 anos, mas, sei lá, meu bolso estava vazio, acho.

Já à rua, saímos na garôa, expostos ao desonesto frío rajante do Primeiro Planalto,
olhei prá trás por puro instinto e encontrei de nôvo e não mais ao acaso o olhar da
japonesa sorrindo com os seus olhos, meu coração ainda pulsando em minha mão...

´´Seu coração, também bate?´´ Quis perguntar assim prá ela, mas...

CS-C
: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

: : FELINOS: POR QUÊ ODIÁ-LOS?


Tal como um parente, vizinho não se escolhe, ganha-se e, em meu caso, provei a giga- infelicidade de ´´ganhar´´ um funcionário das Igrejas Católicas Apostólicas & Romanas S/A, lotado na função de Padre, como um dos maiores filhos-da-puta institucionais do qual tive uma grande desonra em cruzar e uma pequena sorte no interagir, nessa vida sempre tão boa.

O desgraçado armava uma arapuca (tenho cá os slides) com Carne-Seca no telhado e, após aprisionar os gatos, de todo indefesos, destroçava-os uma-a-um, à golpes de marteladas dentro de um saco de aniagem, isto em pleno Anno Domini de 2.000 em diante, sim, de fato, vi-me em pleno auge da Idade das Trevas e não num promissor (Hmmmm...) Portal do Século XXI.

Só pude saber disto, pois um desses meus felinos (o 5°, em 7 anos), reposto como um reles botijão de gás após o ´alongamento´ dos outros quatro, conseguiu fugir das garras do insano, jazendo encravado e assutadoramente mudo num telhado insabido da vizinhança por sete longos dias e aflitantes seis noites.

Ritalí a que mais durou: 3 anos. Do Tonto, tive que estirpar-lhe órgãos internos devastados por veneno, mijava por um furinho, poupei-lhe do sofrimento com eutanásia. Rabo Torto se foi, bem como Gatinha. O único escapante ?
Tar Zan.

Tentava atraí-lo para o chão, mas o animal estava tão arisco, não o entendia, até conseguir com que viesse ao menos se alimentar, quando então pude observá-lo melhor e entender seus por quês. Há uma semana atrás, fui acordado por uivos lancinantes de um tipo de, digamos assim, assinatura vocal que me dizia respeito, após 10 ou 12 estranhos golpes secos, depois disto, silêncio de horror.

( Batizei-o Tar Zan, resgatado de uma enorme Sibipiruna defronte uma pizzaria lá na Av. Maringá e, claro, só podia nominá-lo com algo divertido, o garçom que o colheu dos altos galhos disse-me que haviam mais de 3 dias que o estropício de pele e osso com faiscantes olhos verdes esbugalhados miava, desamparado. )

Sua cabeça era uma confusão de sangue e pêlos, seus dentes da frente estavam quebrados ao meio e seu corpo estava deformado em várias... ´partes´, não andava e mal respirava num assobío, por entre uns nacos de carne negra e sangue pisado e sujeira, onde antes exibía bem cinzelado um belíssimo focinho cor de rosa.

Não o reconheci: Sua simetría desaperecera e ele só me olhava vesgo num olho só, pois o outro era só um glóbulo inchado, como num rascunho muito grotesco, com sua real nobreza reduzida à de um pedinte miserável, acomodei-o como pude em cima de uma almofada, tratos de um socorrista dedicado, delicadeza da qual nem desconfiava ter, alí permanecendo por quase 3 dias, ´sem dar um pío´, aparentemente sorrindo bem miudinho, quando eu surgia.

Recuperou-se lentamente, mas em jejum de água e ração, mas, ainda ingênuo sobre o vizinho do mau, desapareceu prá sempre, até que uma outra filhotinha recente, órfâ de uma das minhas ´reposições´ viu-se na temível jaula do tal desgraçado, consegui telefonar prá Polícia, que então indicou-me a Força Verde, e esta, num demorado e aflito jôgo de empurra, nossos bravos militares do Corpo de Bombeiros.

Baixaram na rua com um reluzente caminhão MONSTRO, caramba, queria ser bombeiro, como todos nós queríamos, o agora covarde desgraçado se refugiou escondido em sua própria casa, fingindo-a com ninguém, assim, os Soldados do Fogo armaram suas escadas, subiram nas coberturas, abriram a arapuca e libertan-
do um animal ridículo, duns 15 cm de idade, graças ao Capitão (anjo?) Albergone.

Esta gata sobreviveu mas... não dá a mínima confiança aos humanos, eu incluso, só se aproxima quando voce dorme, esperta ela, decidi nem dar-lhe um nome, a pagã colorida, mas, eu também já não gostei de Gatos, até cair a ficha e perceber que apenas repetia a ladainha, como um Pai-Nosso Randômico: ´´São traiçoeriros, são vís, são interesseiros, são alergênicos, são ´´do mal´´, etc, etc´´,
MENTIRAS.

NÓS SIMPLESMENTE ODIAMOS OS GATOS,
Por causa de sua liberdade extremamente absurda,
Por causa de não podermos nem dar-lhes um nome,
Por causa de eles não nos atenderem à um chamado,
Por causa de seu orgulho distante e de suas decisões,
Por causa de suas saídas, sem o m-e-n-o-r aviso prévio,
Por causa dos alimentos, que eles mesmos os caçam e
Por causa de uma ampla e intolerável... A U T O N O M Í A.

É simples assim, mas o que causa uma REAL fobía à escumalha no geral ou aos recalcados no particular... é que os felinos conseguem em quase tudo ser bastante similar á nós, humanos e, com essas similaridades, próximas do absurdo e da verdade... são poucos os que as toleram-nas e, em dúvidas quanto à isto, consulte da Literatura à Walt Disney, do seu tío ao Padre Ildo, atendendo na rica paróquia à Av. Me. Leônia Milito, onde ele prega.

Sem o ´malleus malleficarium´ às garras ( o Martelo do Mau, que Torquemada implicava, mas que ironía mais medieval !) muquifado sob o Púlpito ou escondidinho na Sacristía, sem saber a escumalha.

Este Nosso Padre ( deles... ) poderás encontrá-lo, vivinho e, digamos assim, trabalhando, pela glória do Deus dele aqui na Terra, embarcando à bela Itália uma vez ao ano por conta daquela multinacional com sede no Vaticano e daquelas suas onipresentes e oni-horrendas filiais, as eclésias ( iglesia, igreja ) que a sustenta, tendo seu jardim pa-vo-ro-so sendo sempre mal cuidado por
beatos servís de extremo e recorrentemente típico mau gosto.

Sem pagar pelo seu aluguel barato, sem pagar pela sua comida, suas roupas, sem pagar pelo VW Gol 0Km, sem pagar seus impostos, sem pagar pelo seu jardim sempre feio, sem pagar pelos seus muitos e vários e horrendos pecados, sem pagar pela sua miserável falta de vergonha na cara.

Oculto na hipocrisía de sua existência tão mesquinha, e, o mais BIZARRO: Admirado por um bando de imbecís enganáveis! Já, os meus ex-animais, dos quais aprendi a estimá-los, devem estar num Aterro Sanitário, também, quem mandou serem esses bichos, assim, tão... estúpidos ?

CS-C
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: : NUDEZ: O QUE ACONTECE ?


:: FREUD nos deu a dica: Quem ´constrói´ a Mulher somos nós, os Homens.

Reclame não, heim? O cara está 7 Palmos debaixo da terra e, estupefato,

eu concordo cada vez mais com ele, senão vejamos (Está bem, leiamos...):

1.)
Os Pintores de Mulheres são Homens;

2.)
Fotógrafos de Mulheres são Homens;

3.) Escultores de Mulheres são Homens;
 
4.) Cirurgiões de Mulheres são Homens;
 
5.)
Os Poetas de Mulheres são Homens;

6.)
Costureiros de Mulheres são Homens;

7.) Os Cantores de Mulheres são Homens;
 
8.)
Maquiladores de Mulheres são Homens;

9.)
Os Tatuadores de Mulheres são Homens;

10.) Os Sapateiros de Mulheres são Homens;

...e de acordo com a ex-aluna minha, a futura jornalista Karina
Agrella: ´´Professores de Mulheres Decididas, São Homens!´´...
;)

:: Como voce já pôde perceber... a lista é infindável e, clichezão brabo, lá vai: ´´Toda Regra Tem... etc, etc..´´, mas o diabo do homem se sai bem até na... COZINHA!

:: E na NUDEZ, o que está acontecendo ? SANEPAR, ACHTUNG! Alguém está jogando entorpecentes aí ou narcóticos dos BRA-BOS nas giga-cisternas de água potável da cidade, olhem bem atentamente à sua volta:

:: Colegiais, estão vestindo-se como Prostitutas e...
. ... PRÊMIO BIZARRÍA 2MIL&6:

:: Prostitutas, vestidas como discretas Colegiais !

:: Quase batí o carro dia desses à saída de um Colégio onde ´´uniforme´´ é palavra banida da cartilha e, o mais estranho: EU, um cultuador do feminino... sentindo-me em 1945 (talvez antes!) DJEE-ZÂZ, serei um PURITANO?

:: NÃO, acho que não: Estão é exagerando na Nudez Feminina, mas tribo por tribo... oras, essa não é a minha e ´´naturalmente´´, os assombros virão em sunamís recorrentes, até a sua saturação
visual extrema, a chance de termos um revival interessante, onde nós homens teremos o coração acelerado, só em divisarmos um...
 
... OMBRO DE MULHER !

. ..... Quem viver, lerá.

PS: Mulherinhas, aqui vai, portanto, uma dica: Menos, menos...

CS-C

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PS: Apenas uma unica coisa estranha do mundo das mulheres, eu ainda não decifrei completamente e talvez, passe uma vida e inteira sem nem conseguir chegar perto:

Refiro-me aos tais "Saltos Altos", que no Renascimento, era símbolo de virilidade, restrito aos nobres masculinizados do corte ( a "Elite" de então...).

O mais perto que cheguei de calçar Saltos Altos, foi trajando-me à caráter para visitar um evento chamado FESTA DO PEÃO EM BARETOS - SP.

Tirando a veadagem country, como estava em Roma, vesti-me quais romanos.

O segundo momento que mais perto cheguei dos Saltos Altos, foi tirando-os dos dois pés de alguma moçinha elegante ou sexie ou danadinha -ou todas essas características juntas, numa mesma moçinha elegante sexie e danadinha- e, confesso, não entendi de COMO É QUE AQUILO poderia (e pode, a julgar pelos guarda-roupas delas, no caso, na parte reservado aos seus sapatos...) calçar um SER HUMANO...

Já me interessei por desenhar aviões, cadeiras, predios, locomotivas, bonés, armas, cameras, pontes ferroviarias, lixeiras, crucifixos, talheres, vagões, carros, arranha-céus, mulheres nuas...

Mas SALTOS ALTOS, nem nunca me deu na veneta.

Talvez, por causa do talento bizarro disto aqui:
(IMAGEM FROM DESIGNBOOM: vegas girl' by german artist iris schieferstein, 2009 toy pistol, cow hooves, zipper )

O dia -improvável- que eu for fazer um ensaio gráfico-visual dessas ABERRAÇÔES SOCIO-CULTURALMENTE ACEITAS, como os chamados "Saltos Altos", eu juro que calço um, (OK, OK, eu calço 42 e Meio, isso vai ser meio engraçado, prá não dizer impossível uma investigação "travestida" destas, mas enfim...) prá tentar entender as mulheres, mas....

como nem Freud conseguiu., melhor nem chegar perto disto...

Como o e-erotismo (ou e-pornografia, como queiram) está comprovadamente definido como apenas mais uma das centenas de e-diversões e e-possibilidades de e-ntretenimento da internet (não esqueça que essa jóça ainda tem e cultiva os denominados e-learning, e-banking, e-auctions, e-supliers, e-mailing, etc, etc,etc... PRINCIPALMENTE os etc!), incluindo a possibilidade de higiene real absoluta e anonimato virtual absoluto, pois quando se desliga a máquina, apenas seus registros se tornam "reais" e tangíveis, dentro das próprias máquinas, através dos abundantes log files.

O mais, digamos, interessante da net?

Tudo fica registrado.

E, alguns dos mais renomados autores de obras impressas com a ampla temática da Terceira Onda já tem registrado uma nada discreta tendência de:

- e-mails fake,
- perfis fake,
- bate-papos fake,
- diálogos fake,
- encontros fake,
- desejos fake,
- endereços fake,
- intenções fake,
- imagens fake,
- blogspots fake,
- e-grupos fake,
- sites fake,
- àlbuns fake,
- usuários com sexo fake

(ou seja, praticam o crosdresser, "roupas-trocadas", homens fingindo ser as mulheres e as mulheres fingindo ser os homens, como no teatro japonês e grego, lá se vão milênios)...

Incluindo as habilidades, de alguns usuários mais recentes, que já conseguem, via webcam, exibir um conteúdo que, para quem está assistindo do outro lado, não é nada on-line e sim, um arquivo em loop, ou seja:

Conseguem exibir uma imagem "live cam", que se trata de "file cam"!

Conseguiram criar o:

- on-line fake!

Eu mesmo, já brinquei em salas de bate-papo, fingindo ser quem eu nao era (não lá com muita eficiencia, admito...) e a diversão intelectual de se inventar um personagem fake, com estilo de vida fake, relatando aventuras fake, seja uma transa, uma viagem, um trabalho, um encontro ou uma ideia sobre um tema, quais sejam eles, se não é gratificante, é pelo menos um passatempo, prá se dizer o mínimo, noiado, nem que seja por pura distração.

Se a intenção é o anonimato real, com a certeza que pode-se dar um log-off sem maiores consequencias, do que alguém do outro lado, ainda querer se comunicar com o João deslogado, ainda que o João agora deslogado, seja na verdade, Maria deslogada na vida real, do qual, com isso, só pode significar uma única coisa:

O que é o fake? Fake, é um pré-requisito e laboratório lúdico, para quem voce não quer ser ou viver de fato, exceto, por brincadeira, como por exemplo, em uma "não segunda existencia".

Não é a toa, que já inventaram o cenário para esse tipo de comportamento, de resto, humano:

Damos nomes bastante chiques à essas emulações comportamentais, tais como:

- teatro
- televisão
- literatura
- pintura
- escultura
- ilustração
- cinema
- publicidade
- fantasia
- carnaval
- lendas

E, em não poucos casos, religião.

Ah! em termos de avatares, prá não parecer tão óbvio, atende pelo significativo título de Second Life.

Porém, até onde me conheço, não chegaria a tanto. 

O que já existe, já dá prá zoar grandão, pelo menos, até encher o saco e procurarmos outras válvulas de escape, que prá muitos alguns é feita de baladas, cachaças, tabacos, trabalho, tunar um carro ou mastigar bits.

Estatisticamente, quem promove um persnagem fake não investe nada de sí, pois para isto, o perfil real dá conta disto, em 100%.

O que se procura, na verdade, é o maximo de criatividade possivel, afinal, se voce é o diretor e autor e personagem ao mesmo tempo, faça me o favor de criar alguem coerente, seja um adolescente mimado e festeiro ou uma putinha triste e semi-urbanizada.

Tanto é, que raramente um pobre se imagina um milionmario ou um milionario um pobre: O que se vê mais, é a criação de algo estranho, oposto, descabido, novo ou desconhecido, pois quem cria, busca o desafio e não a concretização fisica do personagem.

Vide os RPG´s e, mais recentemente, os Cos-Play.


Não investe nada de sí, talvez, exceto, a eneregia e o tempo (OK,ok, como se isso não fosse pouco, mas se valer disto ocasionalmente e efetivamente anônimo e não patologicamente, abandonando completamente as demais tividades, é melhor procurar ajuda e rapidão...).

Haverá sempre uma atividade principal, primordial e indevassável, como por exemplo, um emprego, a família, os amigos ou seu hobbie, prá se dedicar de verdade.

Ou em alguns casos, mais raros, dezenas de outras atividades criativas e que dermandam tempo, esforço e dedicação, além dos próprios e variados papéis sociais à cumprir, sejam de hierarquia, instituições ou de laços.

Como por exemplo, voce ser "tio" de alguém, mesmo esse título ser... fake!

O resto, é perda de tempo on-line, perdas estas, conscientes, aliás.

Prometo voltar ao tema, depois de experimentar mais algumas virtualidades normais e a-normais, comuns e in-comuns, ofensivas e in-ofensivas, me valendo do anonimato, em um assunto que com certeza absoluta, vai interessar bastante aos meus 19 infiéis leitores.

Já estou craneando alguns avatares, se não divertidos, ao menos, verossímeis, confira (aceitamos sugestões, mas não prá somar e sim, substituição):

1.) Uma moça urbana (que talvez não seja exatamente "ela"...) de facil vida noturna, com seus presumiveis 35 anos, mas que de dia trabalha no comércio paulistano;
2.) Um sério trader de 55 anos, que importa bugigangas da China e procura por um sócio em Paranaguá;
3.) Um pescador amasiado de Cabo Frio de 40 anos que procura dividir seus conhecimentos náuticos e construtivos;
4.) Um Dekassegui de Osaka, Japão, procurando novas formas de diversão;

Vou lançá-los na rede, um a cada 6 meses e, tirando a vadía fake, fica aqui minha perguntinha provocativa:

O que o trader fake, o pescador fake e o dekassegui fake teriam, em comum?

Quem adivinhar, ganha uma pizza de minha lavra!... ;)

Para me ajudar na experiencia, recorrerei a impactante obra do ARMOR,  A (R)evolução do E-Business, a biblia de quem quer entender as possibilidades on-line.

E, por favor: Não se trata de alguma experiencia de tecnologia de informação, prá se ficar rico, sim? Se muito, uma tecno-bobagem, de utilidade duvidosissima e de, muito provavelmente, comprovado mau-gosto... EU AVISEI.

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(UPDATE 2008)
Oras, oras! Anônimos querem contribuir! Ei-los, sem ordem, no italico, a sugestão e em bold, a minha resposta:

"Sugiro que seu personagem de N° 1 venha do interior e precisa ser garota de programa pra completar a renda"
ANOTADO.

"Essa putinha aê bem qui podia ser um travecaun, kkkkkkkkkk!"
HEheheheh... Vou ver isso.


"Interessante isto. Sou diretor de teatro e o que voce afirma tem muito do sentido da materia prima do que faço diariamente. Vou acompanha-lo, mas sugiro montar um blog, pois serviria como reduto de consulentes no tema e eu mesmo o inidicaria aos meus alunos. Sorte na empreita"
ORAS, quem diria! Estou servindo de inspiração!

"Se quizer uma dica, use salas de batepapo do UOL prá pegar dialogos ou use o MSN, gravando os dialogos. É só ter cuidado de filtrar tudo, pois nao se pode ter fones ou endereços de terceiros. Invasão de privacidade, no Brasiol, já dá cana braba"
BOAS DICAS! Anotado!

"Se é pra sugerir, pq naum uma lista de discsussão"
VALEU A DICA, MAS TENHO MUITAS ATIVIDADES. VOU PENSAR NISTO, OBRIGADO! 

"A vadia bem que podia ser de BH, aqui dá na cerca, de tantas que tem"
DESCULPE, MAS ISSO TEM NO MUNDO TODO...

"Faltou um politico bem ladrao e fdp. Por que nao um deputado?"
OLHA... Prefiro uma vagabunda, pelo menos, ela trabalha, ainda que eu não aprove a sua escolha.

"Cade uma dona-de-casa boazuda e santinha de dia e putona e bem safada na náite?"
BOA PERGUNTA... Talvez por ser óbvio, sei lá...



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Alguém mais quer dar dicas? Só não entendi o por que da Personagem Numero 1 ser a unica indicada...  

e-putaria, rules?