23 de abr. de 2009

Nova Iconografia para Londrina


Imagine uma galeria pública, com cifras impressionantes, como são os cerca de 2.406.000 (dois milhões, quatroscentos e seis mil!) visitantes a cada ano. Cinco Londrinas. É o que o TTRL - Terminal Rodoviário de Londrina recebe, contando somente os efetivamente embarcados, sem contar os amigos ou parentes, que vieram somente se despedir ou receber passageiros, malas e volumes.

Agora, com a inauguração das duas modernas esteiras deslizantes às 09:00h dessa sexta-feira, 24/ABRIL/2009, a cidade vai ganhar um tríptico inédito, que vem somar à galeria iconográfica da memória da cidade.

Trípticos, são como se denominam as obras de arte elaboradas em três partes, no caso, uma espetacular visão panorâmica da Londrina de 1934 com a Londrina de 2009.

No painel em preto & branco da esquerda, a imagem mostra a Londrina nascente, através das lentes do fotógrafo José Juliani, proveniente do riquíssimo acervo de imagens fotográficas originais do Museu Histórico de Londrina. Lá estão os calhambeques escuros, o trabalhador em trajes elegantes, o casarío com seus telhados típícos, as casinhas de madeira, a floresta gigante. A imensa, colossal floresta sub-tropical, quase intransponível, servindo como "skyline" de 1934.

No painel em cores, mais à direita, a Londrina de 2009, registrada pelas lentes do fotógrafo Daniel Martinon, é uma releitura do primeiro fotógrafo que "enxergou" essa deslumbrante perspectiva panorâmica à partir da Zona Sul, o procopense Alvaro Eloy, cujo registro fotográfico da Londrina do ano 2000 (reproduzido abaixo) pode ser encontrado ainda hoje em diversos painéis de recepções de escritórios e em catálogos de empreendimentos diversos.

No painel do meio (reproduzido abaixo), formalizando o tríptico, a mágica do tempo acontece: O gigantesco dossel de arvores seculares, vai se esmaecendo com auxílio da computação gráfica, transformando-se na atual floresta urbana. Agora, o dossel é de puro concreto, tão fascinante quanto, afinal Londrina teve, recentemente, seu "skyline" eleito como um dos mais belos do mundo.

Numa iniciativa da administração atual do TRL, a concepção do tríptico é de minha autoría, onde doei meus honorários para a cidade, a qual poderá imaginar, daqui prá frente, essa mais nova forma de ver a integração do passado com o presente.

E nem precisa esperar embarcar para alguma cidade, para se admirar esse conceito proposto, pois só a nossa Rodoviária de Londrina, cujo design original é do brilhante e ainda vivo com mais de 100 anos, o arquiteto Oscar Niemeyer (
cuja traços monumentais, frios, desumanos, escultóricos e caríssimos, sejam construindo ou manutendendo, eu os desprezo solenemente...), já vale o passeio.

2 comentários:

  1. A terceira foto (Londrina 1934) está com datação errada (as imagens são de 1937)) e foi suprimida uma quadra inteira (entre as Ruas Maranhão e Santa Catarina).

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    1. Caro João, a data informada, foi fornecida pelo Museu, vou alertá-los disto.
      Esta quadra foi suprimida, pelo uso da técnica da Perspectiva Comprimida.

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Capriche. Não curto Anônimos, mas costumo perdoar os Covardes. (Às vezes, me sinto covarde, então...)