15 de mar. de 2012

Londrina/1991, Beiruth/2012


No Anno Domini de 1.991 ( incrivel: lá se vão mais de 2O anos! ), comecei à por em papel A4 algumas conceituações construtivas, graças às provocações de obras geniais da Arquitetura & Urbanismo, das quais tive contato com excelentes títulos, muitos destes, impressos em espanhol e em inglês.



Livros filtrados e decupados pelas mentes privilegiadas dos meus professores e mestres universitários na UEL de então, entre os quais, listaria de pronto:

 Otavio Yassuo Shimba, Marcos Fagundes Baranabé, Nestor Razente, Kleber Ferraz Monteiro, Jorge Marão, José Luiz Faraco, Antonio Carlos Zani, Humberto Yamaki.

E, ajudado que sempre fui pelos funcionários:
 Vanda de Morais, Igor Paulo Merback, Adilson Francelino Alves e Carlos Alberto Duarte, dentre tantos outros interessados no que éramos e para o que alí estávamos .



O primeiro dos "conceitos" que sugeri, fora o aproveitamento integral -ou ao menos parcial- das Coberturas no Topo dos Prédios Urbanos Centrais, uma espécie de 9a. Maravilha do Mundo, afinal, o impacto dos míticos Jardins Suspensos da Babilônia ainda reverbera nas mentes de qualquer ser vivo minimamente lido.


Conta a lenda, que se tratavam de um conjunto edificado de férteis platôs verdejantes, artificialmente cultivados e irrigados, no meio de um clima brutalmente desértico que se deteriorava rapidamente, via esgotamento dos recursos florestais naturais e, convenhamos:

Basta ver qualquer caipira pé-vermelho numa cidade grande e moderna, prá entendermos que não deve ter sido brincadeira, na época de sua concepção pelos arquitetos da Antiguidade, projetar e contruir esse privilegiado Oásis Artificial, especie de Condomínio Fechado, erigido em benefício da (quem mais, ó, tolinhos?) Elite de então.

Não devendo nada, aliás, às atuais "Disneylândias do Petróleo", pipocando nos litorais do Golfo Pérsico.


1O anos depois, os diversos rascunhos ganharam uma face bem mais  reconhecivel, ao inserir a conceituação na malha urbana do Centro de Londrina e, para minha surpresa, assim que orqanizei uma Mostra Individual no Espaço CEDDO em 2004 ( por ocasião dos 7O anos do aniversário da cidade ), a cidade APARENTEMENTE despertou.

Em seus aniversários até 2004, Londrina era muito "engraçada: 

Era um tal de correrem atrás de imagens de seu glorioso passado, e ficávamos como que abrindo caixas de sapatos cheias de fotos antigas, acompanhadas de expressões como "-NOSSA, COMO AQUILO ERA LINDO", "-PUXA, OLHA COMO ISSO ERA LEGAL" e  "- NÃO ACREDITO QUE DESTRUÍRAM ISTO!", no melhor estilo lamuriante cantado pela dupla Nostalgia & Melancolia.



Quando a minha exposição abriu,  foi a segunda vez na nossa história, que conseguimos olhar adiante,
para quando fizermos os 100 anos de vida, em 2034. A inspiração da data quebrada, veio de uma urna lacrada, denominada de "Cápsula do Tempo", semi-exposta em nosso Museu Histórico da UEL, um caixote de ferro com documentos variados em seu interior, à ser aberto, como o próprio nome diz, quando soprarmos as velinhas de nosso primeiro século.

  Um ano depois do impacto percebido, Luiz Penteado Figueira de Mello, brilhante gestor do IPPUL ( que saiu por excesso de qualificações ), me procurou e patrocinou, via ACIL, um conjunto de painéis maiores.



Nada assombroso, como convém aos patrocinios culturais de uma cidade ainda em formação cultural:

Impressãozinha espartana, mas crucial, mera dúzia de banners de vinil no formato A², com aqueles cabos-de-vassoura à guisa de estirantes, o suficiente para iniciar uma Exposição Itinerante, cujo último dia para visitação, já está automaticamene agendado para o próximo Reveillon do ano de... 2033!


Já obtivemos até o momento  mais de 1O.OOO visitantes,  em mais de seis espaços distintos e platéias diversificadas, até mesmo naquelas paredes mal iluminadas sem uso, inúteis, de dezenas de estabelecimentos pés-vermelhos,  os quais sempre tem alguem "sensivel" pra chamar de "Espaço Cultural", normalmente, batizando com o nome da mãe, numa plaquinha dsicretamenrte exibida em um canto...

Sem contar os milhares de  visitantes no blog homônimo, e re-publicações por terceiros em variados portais, com surpresa para a leitura de alguns dos comments (os quais me deixam em sinceras dúvidas, se não seriam estes melhor que o próprio post...), confira por lá, clicando nesse link abaixo:


Eis que, neste ano de 2012, um grupo de arquitetos libaneses do Studio Invisible conceberam um projeto, intitulado Beirut’s Wonder Forest, o qual pretende "solucionar o problema da falta de áreas verdes" em Beirute.

BEI-RU-TE, entenderam?
 

Aquela sistematicamente destroçada capital do Líbano, que em muitos aspectos me lembra a Operação Barbarossa em Leningrado, após a antipática visita em grupo dos Turistas Nazistas, onde só na primeira leva, uns 250.000 soldados da Werhmacht reembarcaram de volta à pátria, direto prôs "Campos do Walhalla" germãnico, se é que não ficaram conservados em neve.

Segue o texto descritivo da proposta libanesa:

"A ideia é transformar os topos dos prédios em jardins, com árvores que se adaptam facilmente ao clima. Elas ficariam presas por fios de aço para evitar acidentes em situações de chuva e ventos fortes.
Segundo os arquitetos, o projeto apresenta uma série de benefícios para a cidade: o ar ficaria mais puro, o ambiente mais saudável, as árvores proveriam sombras e amenizariam o clima quente e seco.

Além disso, os “telhados” dos edifícios seriam transformados em espaço de convivência para seus moradores – o que aumenta a qualidade de vida da população – e os jardins poderiam ser o pontapé para a agricultura urbana, com a criação de pequenas hortas por toda a cidade
".



Claro que, na minha proposta de mais 20 anos atrás (matriz da idéia dos meus colegas libaneses, só prá constar...), o mundo como um todo -e no particular- não vai ficar tão cor-de-rosa, sob céus-de-brigadeiro.

Na verdade, emprobeceremos VIOLENTA E RAPIDAMENTE.

Como tem acontecido desde o Pós-Guerra, agora, com politicos nas mãos de grandes corporações, essas novas velhas formas de Papados & Reinados, uma espécie de Alta Idade Média, sem os adventos dos "Primas Noctes", as quais, pelo que tenho atualizado, evoluíram para algo mais proximo de uma "Omni Bus Todas as Noctes", via impostos escorchantes, tomados bem na tua cara, com devoilutivas raras e minguadas, se considerarmos sermos no hoje a 6a. economia do Planeta Terra.
 

E o nosso mundinho, cada vez mais encolhido e ocupado, dos Pólos à Estratosfera, não ficará cor-de-rosa, em especial, no ano da Londrina em 2034, que foi para onde empurrei as expectativas de cenários, como alguns já perceberam, bastante próximos do inconcebível, dada as atuais mentalidades inoperantes e reinantes, vide a nossa adorável cidade, vítimada pelos seus grotescos cotidianos.
Estas minhas provocações, inspiraram até mesmo as entidades organizadas locais, com "suas" (minhas) visões de futuro intituladas EXATAMENTE com o mesmo título que criei em 2004, mas é claro, sem os devidos créditos, como sói acontecer por estas prósperas e interessantíssimas plagas, além de, "omo que por encanto", arrefecermos os comportamentos nostalgicos e melancólicos, obrigando-nos a repensar, de fato, o futuro ou o que vamos "obter" dele.

Voltando ao tema, o recrudescimento da ocupação das áreas centrais, tornando-se sucessivamente privadas via concessão ( e que ninguém aqui se perca no sobretítulo "pública", vide praças londrinenses, cada vez mais invadidas, até por estacionamentos, desde o fatídico ano de 1995), principalmente, devido à um único "detalhezinho crucial" para a implantação de minha concepção:


Cada unidade conservativa nas coberturas, custaria astronômicos R$2OO,OOO,OO por prédio e, tendo eu morado e me demorado em condominios residenciais, mesmo da Alta Classe Média, não é, garanto-lhes, dinheiro pequeno.

E, até onde sei (e ví e ouví e participei), a grande maioria, malemá separa o seu próprio lixo diário, doméstico, nos conformes e, sem quaisquer trocadilhos, essa maioria gigantesca está pouco "se lixando", para uma tal de Qualidade de Vida.

Muito menos, para o aspecto humano dos Ambientes Urbanos, que depende de nossas existencias, desde que, pelo menos, sua trinca de  "qualidade de vida" esteja plenamente assegurada:


1.) TV funcionando;

2.) Tooodos os dias;
3.) Sem interrupções
.

Se voce duvida, olhe, se não atentamente, superficialmente, aí à sua volta e, depois, me fale.


.

2 comentários:

  1. Vi essa exposição UEL, dois ou três anos atrás, gostei muito e me pus a notar trechos dos textos. Até a ACIL se interessou? Será que entenderam o conteúdo? Quanto a se lixar, ninguém está nem aí, a própria mídia impressa local está se lixando para preocupações ambientais. Tenho feito essas críticas por outro ângulo, mandei até a eles os mails e links (http://vapldn.blogspot.com) mas quem disse que leram ou entendem essa linguagem? Nós dizemos uma coisa, sobrecultura, ambiente ou o que seja, eles fazem questão de entender outra e deduzir o que nós não dissemos. Mas 2034 não está longe e as estatísticas são de que, para antes disso, 2030, o cálculo é de DOIS PLANETAS TERRA para conter a expansão e o consumo exigida por jornais. Então...

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  2. Corrigindo-me, a ACIL de então, sequer viu qualquer conteúdo, avalizado que estava pelo IPPUL, apenas, indicou algum bureaux de impressão na época e, não duvido que alguns de seus membros (os mais molinhos ao menos) nao tenham tido pruridos incontroláveis, talvez, pensando tratar-se de imagens de catálogo de construtoras, e não, uma crítica socio-economica devadstadora e permanente como um tsunami que nunca reflui...
    E, prepare-se, quando àgua engarrafada custar R$1OO a bombona ( e a elite de então rir-se ás custas de todos), voce vai ver que "delicia" de mundo estaremos con-vivendo.
    Sobre as tuas, nossas e demais tentativas de quem mais vê e enxerga as coisas como são, nunca desista, pelo seguinte motivo ilógico:
    "LONDRINA NÂO TEM CRÍTICA".

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Capriche. Não curto Anônimos, mas costumo perdoar os Covardes. (Às vezes, me sinto covarde, então...)